O mundo todo está unido em torno de um aspecto que afeta todos nós: A preocupação com o meio ambiente. Buraco na camada de ozônio, emissão de poluentes na atmosfera, queima de combustíveis fósseis, degradação do solo, degelo das calotas polares, poluição dos mares e consequente impacto na vida marinha, extinção de várias espécies de animais, desmatamento das florestas e escassez de água. São preocupações pertinentes que nos faz pensar no futuro do planeta.
Em um voo saindo de Brasília para Manaus, pode-se perceber que o desmatamento na Amazônia vem ocorrendo de forma assustadoramente acelerada. Na região norte/nordeste do Mato Grosso e sul do Pará a floresta está cedendo espaço para a agricultura e a pecuária, além do simples desmate para a venda de madeira. Ainda assim, a quantidade de floresta intocada é muito grande, pois a Amazônia é quase que um continente dentro do Brasil.
Quanto à escassez de água doce, alguns países poderão ser afetados, mas não o Brasil. Voando em direção a Manaus, ainda em Goiás, cruzamos rios que vão dar origem ao Rio Tocantins. Mais adiante, na divisa com o Mato Grosso, cruzamos o Rio Araguaia e em seguida o Rio da Mortes. Na sequência o Xingu, o Tapajós e finalmente o Rio Madeira já próximo de Manaus quando então o Rio Solimões se junta com o Rio Negro no "encontro da águas". Isso sem falar nos incontáveis rios menores da bacia hidrográfica da Amazônia. Na época da estiagem belas praias surgem ao longo dos rios e na época das chuvas, quando então os rios sobem e alagam boa parte da floresta, a quantidade de água é realmente impressionante. No trecho de Manaus para Belém, voando a 37 mil pés de altiude, há momentos em que se avista mais água que terra, pois o rio Amazonas pode alcançar 60 quiolômetros de largura! Em Macapá surge mais um mar de água doce, e a Ilha do Marajó fica quase toda inundada. Próximo à chegada em Belém quando o Rio Tocantins desagua no Rio Amazonas, é eloquente a quantidade de água.
Voar sobre a Floresta Amazônica é um verdadeiro espetáculo das águas, que me faz acreditar que o Brasil, no futuro, poderá ter dificuldades na captação, tratamento e distribuição de água para a população, mas a água doce, propriamente dita, não vai faltar nunca!
Comandante Beto Carvalho é aviador e piloto dos grandes jatos
Nenhum comentário:
Postar um comentário