O segundo turno trouxe vantagens a José Serra e problemas a Dilma Rousseff, o que explica o abatimento da candidata e o clima de prostração na sua base, conforme admitiu o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Do lado tucano, o resultado abriu a campanha aos políticos liderados pelos vitoriosos no primeiro turno, como Aécio Neves, Aloysio Nunes e Jorge Bornhausen - este apontado como um dos fatores da eleição do governador do DEM Raimundo Colombo, em Santa Catarina , onde Lula pediu ao eleitor que "extirpasse" o partido.
Aceitar o debate plebiscitário sobre o aborto foi o grande erro cometido por Dilma na avaliação de políticos e analistas. Refém do sim ou do não, a candidata foi flagrada em contradição, o que se tornou mais importante eleitoralmente que o tema.
"A verdade não dá voto, mas a mentira tira", resumiu um experiente político, ao referir-se à afirmação de Dilma de que sempre foi contra o aborto.
Para a maioria, no mínimo, a candidata não passou sinceridade ao eleitor, resumiu um experiente político, ao referir-se à afirmação de Dilma de que sempre foi contra o aborto.
Na primeira semana da disputa polarizada com o tucano José Serra, a cúpula petista demonstrou insatisfação com o rumo da campanha – desde a dificuldade de Dilma em encontrar um discurso para reassumir o protagonismo da agenda à incorporação, às vezes atabalhoada, de aliados no comando da campanha.
Até mesmo o presidente molusco demonstrou forte apreensão com o rumo da campanha de Dilma no segundo turno.
Nas conversas que teve esta semana, o molusco desabafou para um interlocutor que a disputa ficou mais difícil e que o desafio agora é reverter o quadro político de adversidade da campanha.
Coordenadores da campanha tentaram, ao longo da semana, dar uma nova motivação à candidata e demovê-la da ideia de que foi a responsável por isso. Mesmo assim, a cúpula petista ainda não conseguiu encontrar uma nova linha de atuação.
Existe também, um forte desconforto do núcleo duro petista com a presença de novos coordenadores, como o deputado e ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) e o ex-governador Moreira Franco (PMDB-RJ). Tanto que, na semana passada, houve reuniões reservadas sem que os dois tivessem sido chamados.”
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