Meus amigos: já há alguns anos, estamos percebendo um verdadeiro e exagerado crescimento nas construções e reformas de obras civis, residenciais e comerciais, espalhadas por toda a cidade!
É claro que não somos contra o progresso e a evolução das coisas mas, temos notado que, principalmente no caso das reformas, muitos prédios antigos de Caçapava, estão sendo completamente transformados, fugindo de seu padrão arquitetônico inicial, com vistas a acomodar empresas comerciais e de serviços, principalmente na região central da cidade!
Vejam por exemplo, o quanto dói a gente presenciar a demolição da casa do Professor Edison de Freitas Ramalho e da Dona Zélia, ali na Rua Prudente de Morais, que abrigaram os filhos Zelson (falecido), Fernando (dentista), Telmo (Cardiologista), Lucio (falecido) e Claudio (empresário).
A casa, em estilo benchaimel, única na cidade, construída há 30/40 anos, logo transformou-se numa construção privilegiada de nossa cidade, servindo de cartão postal para noivos, que faziam seus casamentos no Cartório Civil ali pertinho, e aproveitavam para tirar fotos nos jardins que Dona Zélia tão bem cuidava e servia de cenário para recordações de toda a vida!
Na mesma rua, um pouquinho mais à frente, em direção ao Hospital, outra residencia, também de construção bastante antiga, em frente ao Despachante Central, onde morou por muitos anos um militar, acho que o sobrenome era Paiol, acabou vendida para um empresário local, que a alugou para comércio, com ligeiras modificações civis, onde funcionará, à partir de agosto próximo, o Restaurante Aquarela, de propriedade do empresário Fernando!
Enfim, a cada dia que passa, temos um número menor de construções antigas na cidade e acho que tem que haver um estudo mais aprofundado, visando proteger estes imóveis que fazem parte da história local, com vistas manutenção da memória caçapavense!
Necessário também, um acompanhamento mais efetivo do Plano Diretor da cidade, visando evitar erros urbanísticos como os que ocorrem hoje, quando, em toda a cidade, só existe um aglomerado comercial, na região central da cidade, com gigantescos transtornos à população, em relação ao trânsito de pessoas e veículos, planejamento de segurança pública, engarrafamentos no tráfego, situações reforçadas pelo deslocamento dos munícipes dos bairros e vilas desprovidas de áreas comerciais, para o atendimento de suas necessidades tais como, supermercado, lojas diversas, loterias, bancos, concessionárias de serviços públicos, etc.!
8 comentários:
Caro JC, valeu a matéria. Pena que não são só esses imóveis que estão em vias de demolição.
Existem alguns que, se não preservados, entrarão no corredor da morte, tais como a casa da Maria Mansur; uma casa na praça da Bandeira, ao lado do HSBC; a casa dos Quirino, na rua Capitão Carlos de Moura; o Hotel Brasil; o que restou da caixa d'água na Vila Militar; a "casa do juiz", no calçadão da Capitão João Ramos; um ou dois prédios comerciais na Rua Sete de Setembro (Casa Paulista, por exemplo), cujas fachadas estão escondidas sob luminosos e placas das atuais lojas; o prédio da loja Ito, onde funcionou o bilhar Céu; e talvez pouquíssimos outros que não me lembro agora, talvez por quase não mais existirem, tendo seus dias contados...
Quanto aos já falecidos, lembra-se da mansão da Ladeira São José, com seus seculares pinheiros covardemente extirpados, onde hoje é uma clínica de cardiologia; do casarão 1909, atual conjunto de pontos comerciais; da casa dos Telles onde será o Banco do Brasil; o casarão onde hoje é a parte de trás das Pernambucanas; o casarão onde morou Monteiro Lobato, destruído por uma empresária local do ramo escolar, que o transformou em estacionamento; o casarão que abrigou o cartório de registro civil, hoje um terreno baldio; dentre muitos outros.
Dizem ser o custo do progresso. Creio ser o descaso das autoridades locais, a desenfreada ganância e a ausência de estima e consciência histórica de um povo fadado à perda de sua identificação com o passado.
Lamentável.
Ótimas lembranças Frei Tomate. Se as autoridades pensam que estão todos dormindo com relação ao assunto, vejam só que belo exemplo de civismo e amor à terra!
Meus parabéns Frei Tomate e vamos aguardar novas manifestações de nossos leitores!
Parece que só restou o magnífico prédio do Ruy Barbosa, já bastante descaracterizado.Daqui a pouco, quem sabe, sorrateiramente, não vira estacionamento...
Vou falar por mim. Minha casa foi construída em 1897 quando minha avó nasceu, em frente a casa de seu pai, Coronel Joaquim Pantaleão para moradia de sua avó. A casa original da chácara Pantaleão, onde hoje se encontra a prefeitura, foi demolida. Segundo o meu pai na época ela estava tão deteriorada que não "compensava" aos seus compradores a sua reforma. Tenho foto dela com minhas tias na porta junto ao meu bisavó.
Hoje, a casa é minha. Digo sem medo nenhum que é extremamente difícil mantê-la. Ela não tem alicerce, coisa comum na época, no verão é uma delicia, mas no frio, bruuuuuuuuuuuuuuuuuuu!! A disposição dos cômodos é toda ao redor da sala e foram construídos em função do nascimento dos filhos. Para ir ao banheiro tem-se que atravessar a sala.
Preservo o maximo que posso e com sacrifícios ate. Reformei recentemente por conta das telhas estarem vencidas, a cozinha com problemas, mas fiz QUESTÃO de deixar o fogão de lenha que inclusive funciona atualmente.
Dói ver as casas serem demolidas: a casa da vó Ia, ou seja, a casa do general Valporto onde hoje está o prédio; a casa da ladeira São Jose que tinha uns banheiros maravilhosos e uma escadaria de princesa, me lembro bem da minha infancia.
Difícil de ver a destruição, mas difícil também de manter.
Pergunto: quem comprou a casa do professor Edson??? Espero que não seja certo senhor que tem o péssimo habito de destruir tudo por não ter nenhum vinculo com a cidade e que constrói predios de extremo mal gosto, projetados por pessoas sem nenhuma estética para comércios
Muito legal esta história que a Cláudia Resende nos conta no comentário acima. Lembro-me bem de seu pai, Seo José Pantaleão Resende, gente muito boa, taiada quatrocentão, homem de respeito, sempre nos recebendo com muito bom humor. É claro, prezado leitora Cláudia que a sua casa está inserida neste contexto, até mesmo por ter acolhido pessoas da sua expressão e a de seus familiares.
Obrigado por suas brilhantes intervenções em nossos comentários.
Creio que ninguém aqui seja contra o desenvolvimento da cidade, mas só o que consigo ver é uma destruição da estória e um desenvolvimento muito lento! Então, acredito que ninguém possa chamar este "apagamento" da estória de desenvolvimento... é só olhar as nossas agências bancárias, estão no mesmo lugar há 25 anos, em compensação, o que se fez destas construções citadas? E lembro mais uma, a casa do Dr. Rosalvo, ao lado do Hospital...
Segundo fiquei sabendo hoje comprou foi a proprietaria de uma auto escola, uma que gosta de atrapalhar o transito com estacionamentos irregulares entre outras coisas para construir seu predio. Pessimo exemplo de "escola"
Fazer uma campanha para resgatar esses imóveis através de fotos antigas, alguém poderia reunir todas elas num álbum na internet.
Reviver na memória pelo menos em fotos. Ao demolir um prédio referêcial de nossa cidade deveria ser uma exigência da prefeitura um levantamento fotográfico e plantas constando todas as medidas do imóvel a ser demolido, a fins de arquivar um pouco da memória destruida.
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