Complementando as idéias colocadas na parte 1 dias atrás, sigo adiante na análise do momento grave que vive o país. Já mencionei aqui o ditado: Gosto não se discute, o que equivale dizer que sempre haverá gostos diferentes que terminam em opiniões contrárias entre si. Isso acaba por nos levar à conclusão de que é vã toda discussão, em especial a relacionada a política.
Mas, será então que por esse raciocinio nos caber o silêncio? Será que, olhando para a camarilha que logrou ganhar o sim da grande maioria (conf.pesquisas, que ao final eu quero pagar pra ver...), eu devo dizer simplesmente o amém dos conformados? Mesmo quando se sabe que os modos de conquista do eleitorado pela camarilha se alicerçou na falcatrua, na bandidagem e na mentira? Não sou eu quem acha assim! Meu Deus! É a história recente que o demonstra. Não! Não me calarei, pois enquanto vir ameaçados as tradições, as crenças e o regime democrático, em que folgo viver, jamais me calarei! Desta forma passo a evidenciar outros pontos do porque do meu inconformismo.
Batendo ainda nas mesmas teclas da educação falida, bem como da segurança nula, vejo pela evidência dos fatos, o quanto um governo corrupto, inepto e voltado para a mania de grandeza de seu comandante supremo, (me faz lembrar de Idi Amin Dada), pode conduzir uma nação à bancarrota moral. Diante disso vejo, com profunda tristeza, a inocência de nossas crianças desde o berçário da maternidade durar tão pouco. Essa inocência inata, agredida por sórdidos, bizarros mesmo, anúncios e programas das telinhas dem cada lar, acaba por ser substituída pela vulgaridade, dando àquela criança uma visão distorcida da vida. Longe de mim a apologia da censura.
Que bem longe fiqeu esta que é um dos atributos maiores dos países totalitários. Então, o que se percebe é uma abolição dos currículos da petizada, de onde se banem os ensinamentos de ensino a honestidade, a cidadania, enfim a moralidade. O que temos hoje é uma inversão de rumos em 180º da obediência à hierarquia, envolvendo esta o respeito aos mestres e pais. Num livro de minha neta (11 anos), que estuda em escola de primeiro mundo, a Porto Seguro, flagrei ensinamentos em defesa da liberdade total da criança. No trecho que me assombrou, o autor enfatiza “que ninguém pode entrar no quarto da criança sem prévia autorização da mesma”! É a nova ordem da nossa educação falida...
Ainda, caminhando sobre o rescaldo dessa educação, dita “evoluída” por psicólogos moderninhos, pasmo em ver aquelas mesmas crianças, já entradas na adolescência, ganhando agora a bandeira do desprezo ao sacrifício em troca da busca só do prazer. Já nada mais importa senão o gozar a vida. Fico estupefato ao ver àquelas, já nem tanto crianças, foi inculcada a premissa de que é proibido fazer sacrifícios.
Deixando de lado a massa falida de nossa educação, embora o assunto seguinte ainda se relacione com as escolas, quero abordar o porque do meu inconformismo, ligado agora com a nossa segurança falida. Quantos adolescentes – enão são poucos – não iniciaram sua caminhada no mundo das drogas nas calçadas de suas escolas? O crime organizado, com suas vozes de comando partindo de dentro de nossas “penintenciárias de segurança máxima”, tem hoje a mais eficaz rede de logística de distribuição das drogas no país, levando as pomposas ações da Polícia Federal a servir apenas de pretexto pelo governo de que alguma coisa está sendo feita. Essas ações, se bem comparadas, se assemelham ao espernear dos camundongos nas garras dos temíveis gatos.
A segurança pública, com todos os órgãos que envolve, está podre, faltando pouco para se romper o pedúnculo e o fruto de esborrachar no chão. Exemplo? Aqui mesmo em nossa pequena Caçapava, para ser mais preciso, em meu bairro, o Jardim Julieta, e mais preciso ainda, na esquina das ruas Almirante Barroso com Sebastiana de Unhate, o tráfico rola solto a plena luz do dia. Nossa polícia está careca de saber: foguetórios de artifícios sem motivo são meios de avisos que a “muamba” chegou e será logo distribuída... E nada se consegue fazer, ou nada se quer fazer nessa que já se tornou uma imensa bola de neve, ladeira abaixo, sem que se imagine o que vai acontecer num futuro que já não está tão distante.
Causa-me dó o ideal de pequena parcela de nossos policiais militares, que tenta navegar nesta mar de ilusões, com sua esperança de participar do engrandecimento da pátria! Lutam contra a passividade do governo que, misteriosamente, tira proveitos desse estado de coisas.
Fecho aqui o meu alerta, que também é um protesto, embora sabendo que os resultados dele serão quase nulos. Digo assim porque sei que os que lêem jornal já sabem dessa realidade e também a combatem. Mas, como a outra parte, a esmagadora maioria, apenas faz uso do jornal, fico a lamentar o vazio que terminam minhas considerações. Entretanto, tendo como alvo os indecisos que bem pode ser convocados, depois de convencidos, para ingressarem nas fileiras dos 4%, me atrevo a um pensamento final: o grande desastre, fruto das ações desse insano governo, ainda está por chegar. O momento, sem bem comparado, é o da euforia dos drogados. Está todo mundo “viajando” na euforia (menos os 4%), diante do novo “milagre econômico” da era Lula, que não passa de portentosa overdose de cocaína com a qual o povo foi seduzido pela oferta cínica deste governo.
Ainda por comparações, diria que a serpente, encabelou Eva, levando Adão de contrapeso em seu plano. Aqui, Lula, que não sente pudores em não se travestir de nada, dada sua imbatível “cara de pau”, também logrou o seu grande ideal de subversão de nossos valores. Pronto! Está tudo dominado. Em nome da eficiência governamental na área econômica e social, camuflaram a evidência da maior carga tributária “nunca antes vista neste país”.
Em nome da mesma eficiência do governo, apadrinharam banqueiros (cito o Itáu, com seus quse trilhão de reais de lucro em seis meses) que hoje permitem a qualquer pé-rapad, ter seu celular, sua moto, e tudo mais que sonhar no reino dos bens de consumo. Aliás, esta é uma “verdade”, fabricada nos discursos do nosso “insigne estadista” que afirmou, dias atrás, em palanque lá pelo Nordeste: “Conterrâneos! O nordestino já não anda mais de jegue! Ele trocou o jegue pela moto!”. Mal sabem esses iludidos infelizes que o valor pago por aquela moto será, no mínimo, duas vezes o inicialmente estabelecido...
Então, prezados leitores, por tudo isto, repete-se a máxima do panem ET circenses. Só que hoje já não se grita mais, como na antiga Roma: Imperador! Dê-nos pão e circo e nós o apoiaremos. Hoje, para luto pré-datado da nação, os gritos são outros: Lula! Nosso próximo Padim Ciço! Dona Dilma, santa enviada dos céus, mantenham suas convincentes explicações e continuem a nos dar o “bolsa família” e vocês poderão se revezar, ad eternum no comando deste pais (Afe!).
Ricardo Ferraz é aposentado, escritor e membro da Academia Caçapavense de Letras - ACL
Texto publicado sob licença do Jornal de Caçapava
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