Este mapa aí do lado, nos dá uma idéia da localização da pretendida Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que, há mais de 20 anos, está sendo cogitada de se construir no Rio Xingu, nas proximidades de Altamira, no sul do Estado do Pará, fato este que originou a organização de vários segmentos da sociedade, no 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado entre 20 e 25 de fevereiro de 1989, em Altamira (PA), reunindo cerca de três mil pessoas - 650 eram índios - que bradaram ao Brasil e ao mundo seu descontentamento com a política de construção de barragens no Rio Xingu.
A primeira, de um complexo de cinco hidrelétricas planejadas pela Eletronorte, seria Kararaô, mais tarde rebatizada Belo Monte. De acordo com o cacique Paulinho Paiakan, líder kaiapó e organizador do evento ao lado de outras lideranças como Raoni, Ailton Krenak e Marcos Terena, a manifestação pretendia colocar um ponto final às decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios. Tratava-se de um protesto claro contra a construção de hidrelétricas na região.
Na memória dos brasileiros, o encontro ficou marcado pelo gesto de advertência da índia kaiapó Tuíra, que tocou com a lâmina de seu facão o rosto do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, aliás presidente da estatal durante o governo FHC. O gesto forte de Tuíra foi registrado pelas câmaras e ganhou o mundo em fotos estampadas nos principais jornais brasileiros e estrangeiros.
Ocorrido pouco mais de dois meses após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em Xapuri (AC), que teve repercussão mundial, o encontro de Altamira adquiriu notoriedade inesperada, atraindo não apenas o movimento social e ambientalista, como a mídia nacional e estrangeira!
A primeira, de um complexo de cinco hidrelétricas planejadas pela Eletronorte, seria Kararaô, mais tarde rebatizada Belo Monte. De acordo com o cacique Paulinho Paiakan, líder kaiapó e organizador do evento ao lado de outras lideranças como Raoni, Ailton Krenak e Marcos Terena, a manifestação pretendia colocar um ponto final às decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios. Tratava-se de um protesto claro contra a construção de hidrelétricas na região.
Na memória dos brasileiros, o encontro ficou marcado pelo gesto de advertência da índia kaiapó Tuíra, que tocou com a lâmina de seu facão o rosto do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, aliás presidente da estatal durante o governo FHC. O gesto forte de Tuíra foi registrado pelas câmaras e ganhou o mundo em fotos estampadas nos principais jornais brasileiros e estrangeiros.
Ocorrido pouco mais de dois meses após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em Xapuri (AC), que teve repercussão mundial, o encontro de Altamira adquiriu notoriedade inesperada, atraindo não apenas o movimento social e ambientalista, como a mídia nacional e estrangeira!
O I Encontro dos Povos Indígenas foi o resultado de um longo processo de preparação iniciado um ano antes, em janeiro de 1988, depois que o pesquisador Darrel Posey, do Museu Emílio Goeldi do Pará, e os índios kaiapó Paulinho Paiakan e Kuben-I participaram de seminário na Universidade da Flórida, no qual denunciaram que o Banco Mundial (BIRD) liberara financiamentos para construir um complexo de hidrelétricas no Rio Xingu sem consultar os índios.
Planejamento interno das secções da Usina
Para avançar na discussão sobre a construção de hidrelétricas, lideranças kaiapó reuniram-se na aldeia Gorotire em meados de 1988 e decidiram pedir explicações oficiais sobre o projeto hidrelétrico no Xingu, formulando um convite às autoridades brasileiras para participar de um encontro a ser realizado em Altamira (PA).
Listada no governo FHC como obras estratégicas do programa Avança Brasil, a matriz energética brasileira, que se apóia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica. Já se tem alguns estudos e até mesmo certa experiência sobre as diversas formas de reação da natureza em relação ao represamento em suas bacias, e eles indicam que não é recomendável a reprodução cega da receita de barragens que vem sendo colocada em prática pela Eletronorte”.
Moradores e estudiosos do assunto, já se assustam diante das possibilidades de enormes impactos sociais e ambientais, visto que, não obstante a grande área de floresta a ser inundada para a formação da represa, ainda tem que se pensar no elemento humano, os indígenas e os ribeirinhos por ali assentados, os quais, podem representar um desafio maior a mais este gigante de concreto!
É claro que a construção da Hidrelétrica, representará um impulso sem precedentes ao comércio local e até mesmo regional pois, certamente, o contingente de operários, veículos e máquinas, será descomunal mas, o que dizer do prejuízo ambiental?
Um comentário:
Prezado JC: trabalhei durante longos anos na região do Rio Iriri, ao lado do Rio Xingu, e presenciei, in loco, o Encontro dos Povos Indígenas do Xingú, em Altamira, cidade de apoio da empresa em que eu trabalhava.
Foi realmente, uma situação tensa e marcante, aquela da índia Tuíra mas, muito mais do que este inesperado script, o encontro, no rastro do cometa que foi o assassinato de Chico Mendes em Xapuri, acabou atraindo a atenção do mundo todo ao assunto, atrasando, inexoravelmente, até os dias de hoje e não sei mais por quanto tempo.
Os índígenas da região a ser inundada, no meu modesto entender, somente concordarão com ma construção da usina, se forem régiamente compensados. Muito régiamente, ok? A construção desta primeira usina do Xingu, pode significar danos irreversíveis ao patrimônio ambiental da região!
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