O Papa Bento XVI aceitou a renúncia de Luiz Carlos Eccel, bispo original de Caçador, município de Santa Catarina, que apoiou Dilma Rousseff durante a disputa eleitoral, segundo anúncio do Vaticano nesta quarta-feira. Presidente eleita, Dilma foi criticada pela Igreja Católica por suas posições sobre o aborto.
Bento XVI aceitou a renúncia do bispo Eccel "em conformidade com o artigo 401 parágrafo 2 do Código de Direito Canônico", indicou o Vaticano em um comunicado. Esse artigo prevê a renúncia "por motivos de saúde ou por outra causa grave".
Segundo notícias veiculadas pela imprensa, o bispo de 58 anos não teria se mantido fiel à Igreja católica ao apoiar abertamente a candidatura de Dilma Rousseff.
Alvo da Igreja católica e dos evangélicos por suas posições a favor da legalização do aborto, a candidata do PT recuou antes do segundo turno e se comprometeu a não modificar a lei atual, que criminaliza a prática.
Durante a campanha eleitoral, o bispo Luiz Gonzaga Bergonzini, de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, divulgou um manifesto contra Dilma Rousseff, a pessoa escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo, apresentando-a como "a candidata da morte".
Três dias antes do segundo turno, no dia 28 de outubro, Bento XVI disse, ao receber os bispos brasileiros, que os sacerdotes tinham "o dever de emitir um julgamento moral, mesmo na política", quando "os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem".
As declarações foram recebidas no Brasil como um apoio implícito ao candidato social-democrata da oposição, José Serra.
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