BOA SORTE à Presidente eleita em 31 de Outubro passado e que Deus proteja o Brasil - e nos proteja.
Hoje à noite, na hora em que Lula puser a cabeça no travesseiro, vai cair a ficha: agora é só uma questão de tempo, e pouco tempo.
Ele se acostumou com o sucesso e a popularidade, mas vai ter também que se acostumar a não ser mais presidente da República, só que não vai ser assim tão fácil. Para isso é preciso ter sabedoria e equilíbrio, qualidades que definitivamente o presidente não tem.
Lula sonhou alto; pretendia ser secretário-geral da ONU, pretendia que o Brasil fizesse parte do Conselho de Segurança, pretendia ganhar o Nobel da Paz, quis resolver o confronto no Oriente Médio, foi chamado por Obama de "o cara"; começou a se achar dono do mundo, meteu os pés pelas mãos e conseguiu, na hora de sair, ficar mal na foto. Bem mal.
Qualquer que seja o resultado de hoje, temos boas razões para comemorar. Não vamos mais ver na TV Lula andando com o microfone na mão, como se estivesse num auditório, dizendo "nunca antes nesse país", comparando tudo que acontece a um jogo de futebol, sem um pingo de graça.
Não vamos mais ver Marisa Letícia vestida de verde e amarelo nas comemorações da Independência ou de vermelho em carreata eleitoral, saudando o povo com os braços para o alto, como se fosse uma miss; sua voz, ninguém jamais ouviu, e seu único ato foi fazer um canteiro com uma estrela vermelha no jardim do Palácio da Alvorada. Que foi retirada, por sinal.
O Brasil, que já tinha ficado bem mal educado nos tempos de Collor, ficou ainda menos educado depois dos oito anos de Lula. A falta de cerimônia, os péssimos modos, a maneira de se dirigir a seus adversários, o pouco caso com que atropelou as leis eleitorais; dizer inverdades, agindo como se os fins justificassem quaisquer meios, e que a impunidade é lei.
Tudo foi um péssimo exemplo.
Quando um novo presidente é eleito, tudo muda - para melhor ou para pior. Penso em Cristina Kirchner , que deve estar passando por maus momentos, em todos os sentidos. Como fará para governar o país, sem seu marido ao lado para encarar os problemas, maiores ou menores?
É o perigo de ser eleita um candidata que precisa de quem o dirija na hora do aperto, para que o país não fique à deriva. Já pensaram se a mulher de Joaquim Roriz vence a eleição no Distrito Federal e seu marido morre? Antes de votar, há que se pensar em tudo, até no que parece impossível poder acontecer. E se acontecer?
Lula deve estar cansado, merece umas férias, e será recebido com festa na Venezuela, em Cuba e também no Irã.
Vai, Lula, você merece: nós também estamos muito cansados de você!
D.Leão é escritora e colunista
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