Está rolando, faz dois dias, um escândalo de fraude, envolvendo a financeira do grupo Panamericano, do Silvio Santos. As primeiras notas na imprensa informaram um “aporte” de 2,5 bilhões de reais. Mas refere, na verdade, um rombo desse valor, criado por desvios faudulentos na empresa, praticados por diretores.
Como esse aporte de 2,5 bi veio atráves de financiamento do FGC, Fundo Garantidor de Crédito, a imprensa caiu em cima do molusco, quando embarcava para o exterior, perguntando se houve ingerência dele a favor de Silvio Santos. "Isso não é assunto de presidente da República. É assunto comercial do Banco Central", respondeu o invertebrado.
Ora, um assunto de 2,5 bilhões envolvendo o Banco Central é tema que deve sim ser conhecido pelo presidente e isso nem de longe caracteriza ingerência descabida. O molusco respondeu bem, mas quem está acima da média na fita é o Silvio Santos.
Diante de um escândalo, desvio de dinheiro, o empresário tratou primeiro de cobrir o rombo, com a ajuda disponível, em vez de ficar enrolando. Se ele tem lastro para receber tal quantia, é mesmo assunto da área técnica do governo. Deve ter de sobra, senão o fundo, órgão controlado pelo BC, não se meteria numa encrenca dessas.
O que temos, na verdade, é um desvio de dinheiro privado, no qual quem vai pagar – já pagou com o empréstimo – são seus donos, Silvio Santos e parceiros. Que vão precisar, comenta-se, aceitar novos sócios no emprendimento por conta da dívida. Por enquanto e pelo que há disponível na imprensa, é isso aí. Pode ter coelho nesse mato? Pode, mas não parece.
4 comentários:
Jc tá na cara que no dia 22 de setembro de 2010 o SS não foi a Brasília convidar o Molusco para o teleton, ele foi lá pra negociar essa dinheirama toda que o infeliz do contribuinte acaba pagando
Caro JC, é preciso consignar que ao contrário de outros banqueiros, o Silvio Santos colocou todo seu patrimonio como garantia do emprestimo.
Esta histórinha está cada vez mais mal cheirosa, não é?
Se o Panamericano continha, de fato estas "inconsistências contábeis", como é que a CEF não viu quando em julho comprou 49% desse banco? Antes de uma operação deste porte, é feita uma varredura nas contas, a chamada due diligence, e mesmo assim a Caixa nada viu? Por que o BC permite que a Caixa, com toda a sua história centenária e suas responsabilidades, saia comprando participação em banco privado? Para correr risco com dinheiro público? O BC já sabe do problema há semanas, porque segurou a informação?
Esse rombo não foi descoberto nem pela Caixa e nem pelas auditorias internas, ninguém até então! R$ 2,5 bilhões, é muita mais muita grana mesmo, maior até do que o próprio patrimônio líquido do banco cujo valor é de R$ 1,6 bilhão
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