
É. Está no sangue. E estava no sangue quando ele, já aos 12 anos, colecionava tudo sobre aviões, desde guardanapos, saleiros e tickets com os logos das diversas companhias que desembarcavam por aqui e até miniaturas de aviões que ele dependurava no teto. Fora os quadros e posters que enchiam as paredes do seu quarto.
Na época, não me preocupei com aquela ideia fixa. Vai que ele se imaginava com um quepe na cabeça e com aqueles uniformes cheios de galões dourados (cujo nome certo é divisas, hoje eu sei ) enfrentando tempestades e turbulências. Que herói! Crianças são mesmo fantasiosas e, quando crescem aposentam os sonhos e entram na real. Meu filho, certamente, estudaria para ser engenheiro ou advogado ou médico, ideais de toda mãe naqueles anos. Teria uma profissão com o pé na terra.
Doce engano. Depois de uma curtíssima fase ligado em cavalos e equitação (ai meu Deus, de piloto para jockey... sei lá), meu filho voltou a dizer – e agora com mais determinação – que gostava mesmo era da aviação.

Ficava feliz cada vez que ele passava de um estágio para outro em seu trabalho. Copiloto, piloto, comandante, ponte aérea, voos para todo o Brasil, voos para a Europa... Quando a Varig começou a entrar em colapso, fiquei angustiada vendo a preocupação e ansiedade em seu olhar, em seu dia a dia. Não é que me angustiei a toa? Meu piloto seguiu em frente, partiu para uma nova companhia e continuou voando. Estava no sangue.

As fotos:
- Em 1983 saindo para um voo do Campo de Marte com sobrevoo de Bragança e Jundiaí
- Em 1995 numa escala em Porto Velho
- Em 2005 com a minha tia em viagem para Madri
é aviador e piloto dos grandes jatos
Um comentário:
Bonita historia desta mae que reconheceu que com "vocação" não se brinca,certas pessoas nascem com o "dom de voar" e sem dúvida seu filho nasceu com ele, parabens para os dois.
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