Uma ciclista de 33 anos morreu hoje de manhã atropelada por um ônibus na avenida Paulista.
Juliana Dias, bióloga, morava na Vila Mariana e trabalhava no Hospital Sírio e Libanes!
Nesse link aí há o depoimento de uma testemunha que diz que ela caiu da bicicleta depois de discutir com outro motorista de ônibus, e que o ônibus que a atropelou estava em velocidade normal.
Não vou chamar ninguém em particular de assassino, nem categoria nenhuma. Somos todos assassinos nesta cidade infernal. Anteontem, perto do centro, um outro ônibus passou por cima de um carro e matou duas pessoas.
Era um desses articulados, que trafegam nos corredores exclusivos como se estivessem em pistas de corrida, que andam despinguelados, dirigidos por animais sem preparo, selvagens que não têm noção do que estão fazendo.
Dirigem veículos pesadíssimos, difíceis de frear, se atiram para cima de todo mundo, e esse em particular não se importou com mais um semáforo quebrado na cidade (mais duas mortes para a conta do abandono que vive a metrópole), não quis nem saber, não deve ter sequer pensado em diminuir a velocidade para passar num cruzamento com semáforo quebrado, acelerou, matou dois. Motoristas de ônibus em São Paulo são assim, no Rio, também. Falo de onde mais conheço, onde essas coisas me parecem mais visíveis.
Ganham mal, têm péssimas condições de trabalho, passam o dia num trânsito louco dentro de ônibus barulhentos e quentes, têm todos os motivos do mundo para reclamar da vida, mas nenhum motivo para guiar feito psicopatas.
Que me desculpem os que não são assim, os há. Mas sejamos honestos: uma boa parte não tem condição de guiar nem patinete.
O mesmo com motoqueiros. É um terror diário. Os motoboys são seres ensandecidos, violentos, agressivos, hostis. Há várias categorias deles, com o tempo a gente aprende a identificá-los.
Loucos, loucos, completamente loucos. Atualmente tem uma subdivisão que chamo de “tornozelinhos”, motoboys que andam com o pé esquerdo curvo na altura do tornozelo, para trocar marchas com a ponta do dedão, sei lá, com um certo desprezo pelos pedais, assim como o fazem com as mãos, que apenas se apoiam na manopla da esquerda como a dizer não, não uso embreagem para reduzir marchas, uma vez em velocidade de cruzeiro, é nela que vou, não freio esta merda, sai da minha frente, parece que querem demonstrar um domínio sobre a máquina que os outros não têm, trocando marcha com o dedão só quando for absolutamente necessário, e o pezinho em arco para dizer isso, e apenas resvalando suas mãos hábeis no guidão, porque empunhar manopla é coisa de viado lambreteiro. A única manopla que merece deles algum respeito é a direita, que acelera.
Uma vez li que os motoboys só existem porque nós, os usuários de seus serviços, temos pressa. OK, faz sentido! Mas a pressa não justifica o comportamento dessa gente.
Que me desculpem os que não são assim, os há. Mas sejamos honestos: uma boa parte não tem condição de guiar nem patinete.
Motoristas de carros são igualmente assassinos em potencial. Não respeitam faixas de pedestres, limites de velocidade, corredores de ônibus. Taxistas, madames, empresários, executivos, jornalistas, publicitários, médicos, somos todos animais armados que saem de casa de manhã dispostos a xingar, hostilizar, jogar o carro em cima dos outros. Um inferno incontrolável que o poder público insiste em desprezar.
E acabamos indiferentes a esta tragédia diária, preocupados que estamos apenas em terminar o expediente e chegar em casa vivos. Nota-se que hoje de manhã os principais portais da internet estavam mais preocupados em chamar a atenção para o prejuízo que a morte da ciclista trouxe ao trânsito do que em se indignar com a selvageria de uma moça de 33 anos morrer atropelada na avenida mais importante da cidade.
No fundo, somos todos assassinos que só se incomodam quando alguém atrapalha o tráfego!
A ciclista Juliana Dias, foi enterrada hoje à tarde, em São José dos Campos, sua cidade natal!
A ciclista Juliana Dias, foi enterrada hoje à tarde, em São José dos Campos, sua cidade natal!
Um comentário:
Bem, eu não quero colocar culpa em ninguem, principalmente na moça que morreu, mas a verdade seja dita, é LOUCURA e SUICIDIO andar de bicicleta na cidade de São Paulo, principalmente na Avenida Paulista, onde não tem nenhuma ciclovia. Se já esta sendo dificil andar de bicicleta aqui em Caçapava o que dira andar em São Paulo.
A bem da verdade, na cidade de São Paulo está infestado de intelectualoides metidos a ambientalistas que nunca andaram de bicicleta, então para criar uma modinha diante a sociedade e dizerem que são ecologicamente corretos, eles saem andando de bicicleta no meio das avenidas e marginais. É claro que os motoristas não vão respeitar, sem dizer que é pedir para morrer. Até porque a maioria desses cilcistas fazem isso por protesto para depois sairem na internet, e não por uma real necessidade como eu vejo às 7 horas da manhã os trabalhadores da Vila, Eldorado, Marambaia atravessando a cidade inteira de bicicleta para trabalharem aqui no centro de Caçapava.
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