Há treze mil anos o sapato protege e enfeita os pés da humanidade, desde dez séculos antes de Cristo, época que remonta ao homem das cavernas.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de calçados, com 24 por cento da produção, num ranking de exportadores do qual fazem parte também a China, Itália e Vietnã.
Mais de sete mil indústrias espalhadas pelos 27 estados geram 300 mil empregos e colocam nos mercados interno e externo 800 milhões de pares por ano. São negócios que atingem a cifra de oito bilhões de dólares anuais.
São também números que contrastam com a figura de Severino, esse simples sapateiro da pequena Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, terra de Lampião. Dono de uma oficina bem rústica em um beco perto da Igreja de Nossa Senhora da Penha.
Os rendimentos que aufere com remendos e meias-solas sempre foram infinitamente inferiores ao faturamento das empresas e sapatarias das grandes cidades. Mas foram suficientes para que Bil, como era conhecido, educasse os quatro filhos.
Numa avaliação sobre profissões artesanais no interior do Brasil, descobrimos o trabalho de homens e mulheres que conseguem o sustento da família não como funcionários de fábricas ou de grandes empresas urbanas.
Numa avaliação sobre profissões artesanais no interior do Brasil, descobrimos o trabalho de homens e mulheres que conseguem o sustento da família não como funcionários de fábricas ou de grandes empresas urbanas.
Fazem parte de uma coleção de fotos de atividades profissionais que nem têm nome único, ao contrário das profissões obtidas nas universidades, com direito a diploma.
Ao invés de médico, cientista, advogado, engenheiro, arquiteto, encontrei “botadora de sorte e ledora de mão”, na Bahia. Em Sergipe, “enroladora de cigarros de fumo de rolo. No Ceará, “tomador de conta de jumento na feira”. Em Santa Catarina, “fazedor de colchão de capim”.
Constata-se nestes personagens, a grandeza de cada um independentemente de sua ocupação. É o caso de Bil Sapateiro. Igual a ele, existem muitos outros, em qualquer rua dos interiores brasileiros, que nem são contabilizados na estatística economica.
Mas fazem de seu trabalho, sem os arroubos da sofisticação, seu honesto meio de vida!
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