O Tenente Flavio Villaça Guimarães morreu na manhã de ontem (27), aos 89 anos, vítima de falências múltiplas dos órgãos, último combatente da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) residente em Marília.
Ele estava acamado há quatro anos, desde que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nascido em Caçapava (SP) no dia 1º de maio de 1923, Guimarães passou a viver em Marília em 1950. O combatente recebeu em 2007 uma homenagem do município, tendo seu nome gravado na estátua dos ex-combatentes da segunda guerra na Praça Saturnino de Brito, em frente à prefeitura.
Todos os componentes do contingente mariliense receberam menção honrosa, medalha da “Cruz de Combate”, de 2ª classe. Para participar da Segunda Guerra Mundial, Guimarães deixou o Brasil, exatamente no dia 2 de julho de 1944 rumo ao “Front” na Itália, junto ao 6 RI, e regressou no dia 16 de julho de 1945, após o término dos combates, ocorrido no dia 7 de maio de 1945. Em virtude das ações do combatente, o Tiro de Guerra de Marília realizará hoje durante o sepultamento, homenagem com a guarda fúnebre, composta por um comandante e nove soldados.
Segundo o tenente Marcos Vinicius da Silva França, durante o enterro será realizado salva de tiros. Após voltar da Itália o tenente se dedicou aos estudos e se formou em Direito, em 1959 pela ITE (Instituição Toledo de Ensino) de Bauru. Exerceu advocacia por mais de 30 anos. Guimarães também foi professor da Escola Estadual Monsenhor Bicudo e exerceu função como economista. Ele participou durante 50 anos como vicentino da Associação São Vicente de Paula.
Guimarães deixa sete filhos, sendo cinco homens, Fabio José, Carlos Aberto, José de Freitas, Luis Augusto e Paulo Roberto e duas mulheres, Maria das Graças e Lucia Eneida. Além de dezesseis netos e um bisneto. Sua esposa Eunice Guimarães faleceu em 2004.
Segundo o filho Carlos Alberto Rino Guimarães, antes de ficar acamado, o pai contava várias histórias sobre as vivências na Itália durante o período da segunda grande guerra. Para mostrar para sociedade mariliense a história de coragem do tenente, a família lança nos próximos meses, o livro “Anotações de um Observador” de autoria do próprio combatente.
“Queremos mostrar para a população a história desse grande homem. O livro está sendo editado com todas as passagens dessa batalha de sua vida. Ele com certeza vai deixar muita saudade, ele era um pai cuidadoso com os filhos, excelente marido, bom profissional. Um grande exemplo para todos os seus familiares. Ele deixa um grande legado”, afirma Beto Rino.
O sepultamento foi realizado às 9h de ontem no Cemitério Parque das Orquídeas, em Marília!
Aos familiares e a todos os companheiros da FEB, nossos sinceros pêsames!
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