O cacique é esse de cara pintada, recebendo as camionetes |
Uma empresa chamada Viridor Carbon Services "fechou" um contrato com os índios cinta-larga para a compra de carbono da floresta.
A mumunha, como a denunciada semanas atrás de 120 milhões de dólares também para compra crédito de carbono "dos índios" no caso os munducuru, é tido como ilegal. O valor deste novo ainda não foi definido.
A etnia cinta-larga ocupa quatro terras indígenas em Rondônia e Mato Grosso. Uma delas, a reserva Roosevelt, é conhecida como uma das maiores minas de diamante do mundo. Os territórios somam 27 mil quilômetros quadrados, ou 18 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Para a empresa Viridor, trata-se do “maior” projeto de desenvolvimento evitado - Redd, como os chama a famigerada ONU - em comunidades indígenas.
Sobre a empresa, sabe-se que no mês passado se lançou em busca de parceiros para financiar o projeto com os cintas-largas, oferecendo uma “comissão” de 19,5% da remuneração total dos créditos de carbono em qualquer tipo de negociação futura.
Para a Funai, trata-se de mais um projeto que impede indígenas de desenvolver suas atividades tradicionais, como a plantação de roças e corte de árvores sem prévia autorização da empresa parceira, num contrato similar ao "assinado" em março entre a empresa Celestial Green e os índios mundurucus, do Pará. A Funai informou em nota oficial que notificou a empresa e a associação dos índios cinta larga sobre a ilegalidade também do novo negócio.
O tal cacique Marcelo Cinta Larga, a quem deram as camionetes, falou que "eles investiram para a gente fazer a consulta aos demais índios e o diagnóstico. É um investimento de risco para eles”. Pela lei, os índios não são donos das terras, cuja propriedade é União. E esse negócio de carbono de floresta na verdade é sobre gases carboníferos que seriam produzidos pela floresta recuperada - recuperada -, em ação financiada por empresas que compram os direitos (créditos de carbono) sobre esse gás, e não sobre o total que a floresta emite.
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