A Turma do Pererê foi a primeira revista de quadrinhos colorida inteiramente brasileira. Até o ano de 1959 era somente uma tira ilustrativa em O Cruzeiro, a principal publicação do país durante anos.
O cartunista Ziraldo, seu criador, resolveu ampliar as histórias e levá-la às bancas. Foi um sucesso, chegando a vender mensalmente 120 mil exemplares.
Contava as refregas entre benfeitores e malfeitores na longínqua “Mata do Fundão”. Mas foi retirada de circulação, em 1964, por ser considerada “ideologicamente ameaçadora à democracia” pelo regime militar que comandava o país à época.
O Brasil estava vivendo os tempos da abertura democrática no início do governo João Figueiredo. E Ziraldo conseguia reunir no Hotel Nacional, em Brasília, dez dos amigos de de sua infância em Caratinga, no Norte de Minas. Eram os amigos que ele transformou em personagens do mundo de Pererê. Quando menino, eu era assíduo leitor e, agora vejo as pessoas que deram a verdadeira origem às histórias que faziam a minha alegria.
Na salão da festa estavam “Pererê”, o moleque saci, o índio “Tininim”, o macado “Allan”, o coelho “Geraldinho”. “Galileu”, a onça. E ainda, o jabuti “Moacir”, os caçadores “Tonico” e “Seu Neném”, “Mãe Docelina”, o sábio professor “Nogueira” e a “Boneca-de-Pixe”, namorada do pretinho de uma perna só.
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