Foragido da Polícia Federal há quase dois meses, Geovani Pereira da Silva declara-se disposto a falar. “Ele está pronto para cooperar com a Justiça e com a CPI”, diz o advogado Calisto Abdala Neto.
O cliente do doutor Calisto é ninguém menos que o gestor das
umedecidas arcas de Carlinhos Cachoeira. A Polícia Federal atribui a
Geovane 122 saques em contas de empresas de fachada da quadrilha. Coisa
de R$ 15,4 milhão.
Se quisesse realmente levar os lábios ao trombone, Geovani teria o
que soprar. A PF vê nele um arquivo com braços e pernas. Acha que
poderia, por exemplo, esmiuçar o destino dos R$ 39 milhões que a Delta
Construções borrifou nas caixas registradoras de duas das cinco empresas
de fancaria abertas por Cachoeira e Cia.
O mesmo Geovani que coça a língua, declara que não fará acordo com o
Ministério Público Federal para tornar-se um delator premiado. “As
acusações são infundadas”, diz o doutor Calisto.
Ora, se é assim, que diabos teria o tesoureiro a dizer num banco de
CPI. O último que manifestou desejo semelhante foi Marcos Valério. A
diferença é que o provedor do mensalão prometia quebrar o silêncio na
Procuradoria, não numa CPI. Quem esperou em pé cansou!
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