Taiadablog: Escutas ridículas !!!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Escutas ridículas !!!






 

Há que se fazer uma pausa para observar o caráter absurdo e até cômico do escândalo Cachoeira.

Senão vejamos: muitos são os indícios deixados pelos grampos telefônicos feitos pela polícia federal de que o bicheiro Cachoeira apreciava ouvir cascata, principalmente se o autor da empulhação fosse o senador Demóstenes Torres, a quem Cachoeira atribuía poderes sobrenaturais.

Basta uma audição mais atenta dos insólitos diálogos gravados para perceber que o senador, com diplomacia inédita, promete o que não pode entregar, aparenta atender ordens que sabe não poder cumprir, e dá asas a ideias e projetos sem qualquer relação com o factível.

Deixemos também de lado o fato de Cachoeira soar como um perfeito Jeca-tatu nos diálogos que trava com seus companheiros de armação, usando um linguajar mais próximo ao de um peão de rodeio goiano.

Cachoeira se presta a acreditar que Demóstenes Torres pudesse, por exemplo, deixar o DEM para migrar para o PMDB - quando até os pombos da Esplanada sabem que, além de absurda do ponto de vista político, a troca levaria à cassação de mandato do senador por infidelidade partidária. Demóstenes, no entanto, dá corda para a fantasia e para a ambição do bicheiro ao fazê-lo acreditar que a presidente Dilma teria interesse em recebê-lo.

Ambos tratam do assunto como se a entrada de Demóstenes num partido governista tivesse o condão de lhe franquear imediato acesso ao gabinete de Dilma. Integrantes da base aliada sabem que é possível contar nos dedos os parlamentares (mesmo petistas) que têm transito com a presidente.


Chega a ser ridícula a crença de Cachoeira de que Demóstenes seria capaz de influenciar na decisão de um ministro do Supremo em favor de qualquer de seus protegidos ou potenciais sócios. Ou ainda, que o senador pudesse influir no processo de votação de um projeto sobre a criminalizaçao do jogo, sendo que o texto estava em votação numa comissão da Camara. "Manda brasa!" - diz Cachoeira a Demóstenes, dando-lhe ordem para agir em favor de uma lei que tramitava na outra Casa.

Todavia, em todas estas ocasiões, o senador se mostrou solicito e incapaz de dizer não ao chefe da máfia do jogo ilegal, fazendo-o acreditar que seu desejo seria satisfeito, reforçando a crença do bicheiro em seus super-poderes.

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