O governo melhorou sua oferta no salário mínimo. A cifra evoluiu da condição de escárnio (R$ 540) para a de apenas absurdo (R$ 545).
Fixado por aquele um quando a inflação de 2010 ainda não tinha sido calculada, os R$ 540 basearam-se numa estimativa da carestia.
Fechado o INPC, verificou-se que o valor não cobria nem a inflação. Para zerar a conta, o governo teria de adicionar ao mínimo mais R$ 3.
Quando soube, o deputado Paulinho (PDT-SP) – aquele liso da Força Sindical e do partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi— chiou:
"Não dá nem pra tomar duas cachaças, quer dizer, não dá nem pra uma".
Generosa, Dilma Rousseff autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) a arredondar a coisa para R$ 5.
Talvez ainda não pague o par de cachaças de Paulinho. Mas, segundo Mantega, vai tontear a Previdência.
Cada R$ 1 acrescido ao valor do salário mínimo, explicou o ministro, corresponde a um impacto de R$ 280 milhões nas arcas previdenciárias.
Ou seja: o adicional de R$ 5 representará um espeto de R$ 1,4 bilhão. Haja alambique!
Ingrato, o deputado Paulinho enganchará na proposta uma emenda urdida pelas centrais sindicais: mínimo de R$ 580. A oposição elevará a aposta: R$ 600.
A despeito de trazer na certidão de nascimento traços da origem sindical, o PT de Dilma finge-se de morto. Quer fechar a discussão. Mais: deseja jogar fora a chave.
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