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| Ilyushin de Kadaffi no aeroporto de Manaus em 1983 |
No Aeroporto de Manaus, um dos três aviões Ilyushin – de fabricação russa – presos porque transportavam armamento que abasteceriam guerrilhas latino-americanas. Além desses, outra aeronave, um Hércules C-130, de Muhamar Kadhafi, foi retida em Recife.
Vendo agora o fim da ditadura de Khadafi, lembra-se da crise que ameaçou as relações diplomáticas do Brasil com os vizinhos da América Latina, os Estados Unidos e a Líbia.
Em 17 de abril de 1983, a Força Aérea Brasileira reteve os três aviões Ilyushin, que pousaram no aeroporto de Manaus para reabastecimento. Eram cargueiros de bandeira líbia e transportavam fuzis, mísseis e um caça desmontado para a Nicarágua.
Significava uma intrincada conjugação de interesses comerciais e políticos que somente a diplomacia conseguiria resolver. De um lado, Ronald Reagan pressionava o presidente João Figueiredo a confiscar os jatos e todo o conteúdo bélico. De outro, Khadafi ameaçava cancelar a compra de cem turbo hélices tucanos, feitos pela Embraer.
Durante um mês, equipes de jornalistas de revistas, jornais e tevês, acompanharam o caso, indo diariamente ao aeroporto, onde os aviões estavam sob guarda do Exército Brasileiro que, também ficava de olho nos 38 tripulantes líbios, hospedados no Hotel Tropical à beira do Rio Negro, com piscinas, bares tropicais lojinhas da Zona Franca etc.
O centro da noticia, porém mudou-se para as esferas governamentais e a chamada “cena do crime”, perdeu importância. Os jornalistas ficaram restrito a observar de longe os Ilyushin e à freqüente visitação de mocinhas aos pilotos estrangeiros! A solução do caso: depois de 50 dias de negociações, ficou decidido que os aviões retornariam a Trípoli um a um.
Para ter certeza de que não desviariam sua rota para a Nicarágua, o segundo só decolaria quando o primeiro pousasse em Trípoli, e assim sucessivamente!
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