Taiadablog: Museu Asas de um Sonho abriga do 14 Bis ao Constellation !!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Museu Asas de um Sonho abriga do 14 Bis ao Constellation !!!

Foi em um animado churrasco nos idos de 1994, ao som de polcas e guarânias, na casa do comandante Rolim Amaro, que tudo começou. Uma turma conversava animada, e João Amaro, irmão de Rolim e piloto como ele, comentava com amigos as maravilhas do recém-adquirido Cessna 195, de 1950. Começava a nascer a idéia do Museu Asas de um Sonho, que virou realidade no último dia 12, em São Carlos (SP), onde a TAM tem seu centro de manutenção. É o maior museu privado do país.

Luís Perez
Lockheed Constellation L-049 nas cores da célebre companhia Panair do Brasil


Luís Perez
O Cessna 195, primeiro exemplar do museu: churrasco na casa de Rolim


Luís Perez
Réplica do 14 Bis: para arquiteto "o mais antigo do museu, com cem anos"

Eles costumam dizer, de brincadeira, que o avião mais antigo tem cem anos. É que uma réplica do 14 Bis está exposta no local. Foi com ele que Santos Dumont fez o primeiro vôo de um objeto mais pesado do que o ar, em 23 de outubro de 1906. Outra réplica de aeronave do Pai da Aviação também está ali, o Demoiselle, de 1909, o primeiro ultraleve de que se tem notícia.


Luís Perez
Réplica do Demoiselle, projetado por Santos Dumont: o primeiro ultraleve


Luís Perez
O britânico Spitfire: o mais famoso dos combatentes da Segunda Guerra


Museu TAM Corsair e Jeep
Nem só de aviões vive o museu: ao lado do Corsair, um genuíno Jeep Willis


Luís Perez
O American Flea Ship, de 1939, primeiro avião projetado por uma mulher



Luís Perez
O famoso "treinador" Cap-4 Paulistinha; atrás dele, o Aeronca C-3, de 1935

Serviço

O quê: Museu Asas de um Sonho
Onde: rodovia SP 318, km 249,5 (rodovia São Carlos-Ribeirão Preto, a 15 km de São Carlos)
Funcionamento: de quarta a domingo, das 10h às 16h30
Preços: R$ 10 (adultos); crianças de sete a 12 anos e maiores de 60 anos pagam R$ 5; crianças até seis anos não pagam
Site: http://www.museuasasdeumsonho.com.br/
O museu também aceita doações. No sábado, dia 11, durante o discurso de inauguração, João Amaro informou que a Boeing havia acabado de anunciar a doação de um DC-3, um dos mais famosos aviões civis do mundo, para o acervo. “O museu é uma forma que a TAM encontrou de retribuir à sociedade tudo o que de bom ela nos deu nesses 30 anos”, afirma João Amaro, que lamenta a ausência do irmão para contemplar a obra pronta. “Às vezes não acredito que ele não esteja aqui. Mas é a vida”, afirma, contendo as lágrimas nos olhos. Em tempo: o Cessna 195 que começou toda essa saga está lá, reluzente, como se tivesse saído hoje da fábrica.
Quem visita o museu pode ainda contemplar o Centro Tecnológico da TAM (sim, há uma parede envidraçada especialmente para isso) e conferir como é feita a manutenção de algumas das aeronaves mais modernas do mundo.
Exemplares militares que combateram na Segunda Guerra Mundial marcam presença no museu, a começar pelo inglês Spitfire MK, um dos mais famosos aviões de combate daquele período. Também está lá, ao lado de um Jeep Willis, o F4U-1 Corsair completamente restaurado, bem como o Cap-4 Paulistinha, um dos mais usados em treinamento, que já formou diferentes gerações de pilotos.
Quando foi trazido ao Brasil, em seis carretas, ficou preso na alfândega – os fiscais disseram que havia uma diferença de 800 kg no peso declarado. O desembaraço levou um mês, tempo suficiente para que o avião fosse ainda mais maltratado, perdendo quatro “spinners” (os cones de proteção das hélices) e três capôs dos motores. Tudo precisou ser refeito.
Outra raridade do museu é o American Flea Ship, de 1939, primeiro avião projetado por uma mulher, a norte-americana Cassel Hibbs. O maior avião do museu é um Constellation L-049 pintado nas cores da Panair do Brasil, renomada companhia aérea das décadas de 50 e 60. Esse avião, que levava mais de 24 horas para chegar a Nova York (de pensar que hoje são apenas nove horas), estava abandonado no meio de sucatas da LAP, empresa paraguaia adquirida pela TAM.
Sessenta por cento das aeronaves expostas no museu estão em condições de vôo, segundo explica Jorge Luiz Stocco, gerente da oficina de restauração. “Alguns desses aviões levaram cinco anos para ser restaurados”, conta. “Cada aeronave tem uma história diferente, bem peculiar”, completa José Luiz Perez, arquiteto responsável pelo museu – e aviador, é claro.
Todo o acervo do museu tem 66 aeronaves, mas nesta primeira fase serão expostos apenas 32 – o local está com 40% das instalações em funcionamento. Isso não tira nem um pouco o brilho do lugar, visita obrigatória para quem deseja saber mais sobre a história aeronáutica mundial. São 80 mil m² (20 mil m² construídos), incluindo uma exposição de fotos que mostra a trajetória de Rolim e uma loja de lembranças.

Um comentário:

Niltinho piloto disse...

Só você mesmo JC para nos proporcionar estas lindas fotos, que nos traz boas lembranças de nosso passado, continue assim, O povo tem que preservar suas memorias, "faz um bem danado"