Taiadablog: Comandante Niltinho: A Maconha !!!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Comandante Niltinho: A Maconha !!!

Aposto que vocês estão loucos para saber se fumei ou não! Pois acalmem-se que vou contar. Vamos devagar com o andor, que o santo é de barro, gente!
Chegando à capital da terra dos latinos, Miami, fiquei deslumbrado, nunca vi um cruzamento dar tão certo como aquele, uma latina e um americano é a mesma coisa você cruzar uma vaca “curraleira” (aquela vacas miudinhas que tinha no norte de Goiás) com um boi nelore, o filhote nasce “bão” demais, não é?  Quem é fazendeiro ou lida com o gado sabe que estou falando a verdade, e foi isto mesmo o que aconteceu por lá.
Juntou a organização do americano com a bondade do latino, deu um cruzamento que valeu a pena. Irmãos, que cidade maravilhosa, gostosa para se viver! Gostaria de fazer o mesmo em Ourilandia do Norte no Pará, isto é, importar uns reprodutores americanos para cruzar com as nossas “curraleiras” paraenses, aposto com vocês que a coisa ia melhorar muito, teríamos um povo trabalhador, que ia respeitar as leis e no mesmo tempo um povo alegre e feliz!

Meu primo mora nas imediações de Miami, melhor dizendo, na periferia mesmo, e aí vocês vão pensar, o primo do Niltinho é um blefado, imagine morar na periferia?  O engraçado é que lá, o rico é que mora na periferia, e pobre mora no centrão, no meio do barulho, do aperto, do sufoco do transito!
Só que eles não foram idiotas, levaram para fora da cidade todo o conforto necessário, como o metrô, o espaço, a grama, as florezinhas, o asfalto, a água encanada, a energia, o esgoto, a escola, o comercio, este sim merecia um capítulo a parte!
Para mim a invenção dos shoppings nasceu aí, pela necessidade de se concentrar num só lugar tudo aquilo que a família precisa, morando na “periferia” de super mercado a banco! Para quê aquela rua comprida, cheia de “comercinhos” dos dois lados? 
Enfim, para que morar no meio da folia, se o melhor lugar é no campo que é mais saudável e tem menos ruídos?  Como somos idiotas, meu Deus do céu! O que é que estes prefeitos estão fazendo, que não enxergam isto? Saco!
O condomínio que meu primo mora é de terceira classe, porém  tem lago, patinho, quadras de tênis, sauna, piscina, churrasqueiras, todo asfaltado, área verde ao redor de todas as casas, não tem muro, acredito que a área verde deve superar mais de setenta por cento da área construída! É como digo, o nortista ainda não descobriu o valor da grama, e o mais engraçado que ela está em todos os espaços, nas casas, nas calçadas e não somente no jardim das praças como é aqui!
Porquê priorizar somente a praça e não o todo? Acho que é a ganância dos donos de loteamentos ou é burrice mesmo!
E olha que todas as casas eram de madeira, importada do Brasil. Para mim ficou bem claro, que o importante não é a casa e sim a beleza do ambiente. Uma vez perguntei a um americano chamado Dick, qual era a coisa mais importante numa casa, e ele me respondeu:
“ – Location.” [localização]
- E a segunda?
“- Location.”
E a terceira, Gringo?
“ – Location.
- Vá à merda então, gringo!”
Hoje é que fui entender o que ele queria dizer e vejo o quanto ele tinha razão. Aqui o “cabra” compra um lote de 360 metros quadrados no meio de uma favela e constrói uma casa de $ 150.000,00, ou mais, e acha que está abafando!
Que loucura, ele acabou valorizando a favela e quando for vender a casa, vai ter a maior surpresa da vida! Aqui no Para é o que você mais vê.
Eu estou fazendo um loteamento em Ourilândia, porém juro que não vou cometer esta burrice não.
Me “arranchei” na casa do primo, aloquei um carro, e falei para ele, agora a despesa é por minha conta, quero conhecer esta “jóça” dizem que isto aqui é muito bonito, e “bão” eu quero ver se é mesmo! E danei a andar, vi muitas coisas interessantes, que ate hoje fico pensando , quando iremos atingir aquele nível de desenvolvimento, meu Deus do céu! Talvez daqui a cinqüenta anos?
Um dia após ele ter me levado para conhecer um condomínio de “bacanas”, todos americanos (ali não entra latino!) chamado Coral Gable, onde tinha um canal, com mais de cinqüenta metros de largura, que dava acesso ao mar, e por onde os moradores  estacionam seus “iates”, bem nos fundos da casa, e onde vi um caminhão pipa com uma mangueira sugando a sujeira e as folhinhas que caiam das arvores! Aí pirei de verdade! Senti que estamos a um milhão de anos atrás dos gringos, não tem jeito irmão, em matéria de sujeira somos os campeões, sem duvida!
A única coisa ruim que me aconteceu, foi que o meu querido primo, “pisou na jaca” comigo. Como ele estava aguardando um emprego havia me prometido ser meu intérprete, que eu ficasse despreocupado pois iria me ajudar a “caçar” os aviões!
Só que o “fresco” roeu a corda comigo, olha só em que situação ele me deixou. E muito calmamente me disse:
“ - Não se preocupe primo, você sabe falar “socorro” em Inglês?
- Sei, help.
- Pois então, quando a coisa “embananar” para seu lado, diga help, que você vai ver que o americano vai te ajudar. E viaje tranqüilo, você é “cobra criada” mesmo! Cara, como esta palavrinha me ajudou, em muitas ocasiões (até para arrumar namorada!) saquei um help e fui atendido, graças a Deus, senão estaria frito!
Não falava “niente” de inglês, não tinha nem noção por onde começar, e mais uma vez aquela célebre frase “fique frio, deixa comigo” (disse-me ele quando eu ainda estava no Brasil!),  me “lascou” todo!
“ - Primo, já que você me abandonou e fiquei na rua da amargura, leve-me para conhecer os Aeroportos de Miami, acho que é por ali que devo começar!
- OK, aqui perto de casa tem um aeroporto de nome Tamiami, eu vou levá-lo lá hoje, porém, acho que ele é muito “mixuruca”! Como estamos no final da semana vamos deixar para segunda feira que vou leva-lo para um lugar que acho que você vai torcer o pescoço de tanto ver avião!
- Aonde?
- Em Fort  Lauderdale!
- Ótimo, a sorte esta lançada, então!
No outro dia cedo fomos visitar este tal de Tamiami, e, irmãos quando lá chegamos lá vi o tamanho do aeroporto, duas pistas operando, uma baita torre de controle e aviões decolando e  pousando, caí duro! Virei para meu primo e perguntei:
“ - Você quer me gozar? E ele arregalou os olhos, sem entender nada, me perguntou:
- Por quê?
- Cara, se eu juntar todos os aviões que estão nos maiores aeroportos que conheço no Brasil, não da à metade de aviões que estou vendo aqui, só isto!”
Ele deu uma gargalhada e me disse:
“ - Meu querido primo, você se esqueceu que estamos na América?”
Foi ai, que comecei a conhecer e a respeitar mais aqueles Gringos.
Cara, eu vi tanto aviões nos Hangares, nos pátios e por fim naqueles espaços reservado para grama, que endoidei ! Nunca tinha visto tanto avião como estava vendo naquele aeroporto, no falar de meu primo “mixuruca” Já fiquei imaginando o que ele iria me mostrar dali para frente.
E a farra continuou, disposto a gastar meus dólares, não faltava quem quisesse passear comigo! Tinha uma priminha que era muito bonita e gostosa, sua mãe tinha sido miss Araçatuba quando adolescente!
Seu pai um digno representante italiano, um cabra assim de um metro e oitenta, cabelo bom, corpo de Hercules que por onde ele passava as mulheres suspiravam. Eu gostava de andar junto dele porque sempre sobrava para mim, as mais “feinhas” porém não estava nem aí!
A maior qualidade da minha prima era o fato de ela ser muito extrovertida e com isto ela arrebanhava um bando de amiguinhas,  uma mais bonita que a outra, e ainda dizem que as americanas são feia, quanta ignorância!
Quando caí em mim, já tinham se passado mais de vinte dias e nada de avião, pudera naquela mordomia quem não iria aproveitar? O que mais perturbava era os telefonemas dos meus amigos me perguntando:
“ - Niltinho! E o meu avião, já achou? E eu:
- Cara, ainda não, a coisa aqui não é fácil não, bicho! Os gringos são duro na queda, aguardem que vou dar um nó neles!”
E a farra continuou.
Não posso deixar de registrar um fato, quando eu e meus primos estávamos na praia em Fort Lauderdale, sentados na varanda de um hotel restaurante  de frente para o mar de cor verde, (que coisa linda!), aquela avenida comprida acompanhando o mar, aquela areia branquinha (não vi cachorro não!) cheia de palmeiras, aquelas “banheironas” (carrões!), desfilando pela avenida e eu rodeado de  mulheres bonitas!
Nem pensava em “avião”, de verdade! Resolvi  brincar com minha prima, aquela gostosona:
“ - Como vocês são ruins para arrumar um namorado, meu Deus! Com todo este corpão, não vejo ninguém olhar para vocês? Que incompetência prima!”
Uma americana, muito bonitinha, irmão, era um “pitéuzinho”, virou para minha prima e perguntou:
“ - O que ele esta dizendo?” Então ela traduziu.
Na mesma hora ela levantou da cadeira e disse:
“ - Aposto vinte dólares que eu dou conta de arrumar um namorado antes dele arrumar uma namorada! Ela me desafiou! E como não levo desaforo para casa, respondi:
“ - Está feita a aposta, prima, aqui esta os meus 20 dólares! Pensei: quero ver até aonde vai esta brincadeira! Quero ver até onde vai esta brincadeira, afinal eu estava ali era para isto mesmo, brincar!
Não estava nem aí em perder os dólares porque, ganhar eu não tinha a menor chance mesmo!
Ela empinou o nariz, olhou para praia, deve ter visto a sua “presa” e partiu para cima dele! E eu, feito um babaca, fui para o bar, a fim de procurar um banheiro! O que eu poderia fazer, senão em ir ao banheiro? Não falava a língua daquele povo! Como iria dar conta de arrumar uma namorada antes dela?
Sai do banheiro comprei uma balinha doce a fim de matar o tempo, e então resolvi dar uma olhadinha para a mesa, a fim de ver se a americana já havia voltado, e qual não foi minha surpresa, quando não a vi! Ela ainda não apanhou a “caça”, pensei!
Naquele momento, avistei uma “mulherona” maior que eu, (o que não é muita vantagem, afinal, sou baixinho mesmo), muito bonita, pagando a conta no caixa!
Lembrei-me então, o que meu primo me havia dito que, se por acaso encontrasse quaisquer dificuldades, que chamasse por “help”!
Não deu outra, toquei a loiraça no ombro, até que se virasse para mim, e só aí é que fui ver como ela era alta!
Moço, esta mulher levou um baita susto quando eu comecei a gaguejar na frente dela, tentando falar “HELP, HELP, HELP”, e não saía disso!
Apontava para o lado da mesa onde estavam os meus primos, tentando dizer que eu queria que ela fosse para lá, e eu nessa agonia olhava para ela com aquele olhar de “peixe morto”,  agarrava  seu vestido e a puxava em direção a mesa, e continuava  no “help,help,help”, até que consegui  convencê-la  a me acompanhar ate a mesa!
Quando chegamos na mesa, a americana da aposta ainda não havia chegado, e eu tratei de pedir socorro à meu primo:
“ - Explique logo para ela a nossa brincadeira e peça-lhe para  participar, que racho a grana com ela!”
Na mesma hora ela topou e eu tratei de pegar sua mão, cruzando os dedos com os dela, e ficamos aguardando a americana chegar.
Depois disso meu primo curioso, quis saber dela o que a havia  convencido a vir para nossa mesa, afinal ela não havia entendido nada do que eu queria dizer. E ela então respondeu:
“ - Ele me pediu “Help” e eu olhava em seus olhos e senti que estava dizendo a verdade! Somente isto!”
Logo a americana apareceu e, vendo-me com aquela boazuda, e ainda, de mãos dadas, levou o maior susto da vida, pois não acreditou que eu daria conta! Então deu um grito:
“ – My last dollars! Oh my Good!
Então mandei minha prima dizer-lhe que nunca duvidasse da capacidade de um brasileiro, porque temos nosso famoso “jeitinho” que eles ainda não têm! 
Aí, vi que meu primo tinha razão! Não pensem vocês que usei o “help” somente desta vez. Negativo, usei várias vezes e em todas as ocasiões, fui socorrido e isto me fez mudar a imagem que eu tinha dos americanos! Nunca pude imaginar que fossem tão solidários e prestativos assim!
Terminada aquela festa em Fort Lauderdale, voltamos para Miami, eu já havia notado que eu havia quebrado a rotina da casa deles, pois tinha consciência que eles consumiam drogas, porem isto era um problema deles e eu respeitava!
Notei que não queriam fazer o uso do tóxico na minha presença, afinal o que iria pensar o priminho lá do interior?
Até que naquela noite a minha prima criou coragem e veio com essa:
“ - Primo o que você pensa a respeito das drogas?” Ah irmão, entendi logo que ela queria dizer! Queria fumar e eu estava atrapalhando, por isto respondi:
“ - Minha prima, não tenho nada contra quem faz uso, inclusive, se tiver uma oportunidade, até  experimentaria!
- Quer dizer que, se eu pedir para trazer aqui em casa você entra no racha?
- Sem dúvida nenhuma queridinha! Há tempos que aguardo esta oportunidade! Qual será a minha parte então?
- Cinquenta dólares!
- Tudo bem, manda vir logo!”
Irmão, nunca me senti tão preocupado! Pensava que após  fumarmos aquela droga, todo mundo ia ficar “doidão” e imaginava-me traçando aquela americana gostosa que estava ao meu lado, depois passando para minha priminha, enfim, imaginava que tudo aquilo, na casa de meu primo, ia virar um bacanal, seria um “salve- se quem puder!
Cara, fiquei tão confuso, que procurei não pensar em mais nada, seja o que Deus quiser, a minha preocupação era em não perder a “consciência”, sabe-se lá o que poderiam fazer comigo?  Afinal eu era ainda inesperiente naquilo. Nunca havia fumado maconha.
Minha prima disse então:
“ - Vamos pedir uma pizza e a maconha. Após comermos a pizza, fumaremos!”
Não acreditava no que estava acontecendo! Primeiro, pedir pizza por telefone eu sei que é muito comum, já fiz isto várias vezes, mas pedir maconha por telefone?  Através de um serviço de “delivery” (entrega a domicilio), nunca tinha visto na minha vida, só pagando mesmo para ver!
Caramba, quando tocou o interfone solicitando a autorização para entrar no condomínio, eu pensei logo na pizza e, cara, levei o maior susto da minha vida: era a maconha chegando antes da pizza! Aí sim é que vi que os gringos nunca mais seriam capazes de tirar a maconha da sociedade!
Comemos a pizza  fizemos o “relax” necessário, nos preparando para a grande noite, pelo menos para mim seria! É irmão, você sabe que estas coisas tem um ritual, não é bem assim de qualquer jeito, se não, não tem graça, como dizia minha prima.
Ela fez o dela, fez os das visitas, meu primo não quis, dizia que a fase dele havia passado, pudera já tinha fumado de tudo mesmo, ficou pra lá! Então ela fez o meu. E, tremendo, peguei o pacau, acendi e comecei a soltar umas baforadas!
E lá fui, parecendo uma Maria Fumaça, não sei tragar mesmo!  Só que não sentia nada, nada mesmo! De vez em quando minha prima me olhava com o rabo dos olhos e eu esperando quem seria o primeiro a receber o “espírito do mal”, quem seria que ia começar com as “sacanagem” e nada! Todo mundo fumando numa boa e não acontecia nada do que eu esperava!,Quando é que ia começar o bacanal? Pensava! Até que minha prima olhou muito séria para mim e disse:
“ - Cacete, você está desperdiçando o fumo? Pára com isso, rapaz, me dê isto aqui!” E me tomou o cigarro, indo fumá-lo no canto da sala! Que alívio senti afinal fumar nunca tinha sido minha praia mesmo!
E eu já sem cigarro, não senti “bulhufas” nenhuma, do jeito que entrei na rodada estava, “VIRGINHO DA SILVA”, olhando para meus companheiros, vendo que nada ocorria de diferente com eles,  a conversa foi ficando sem gosto, destemperada, até que minha prima falou:
“ - Vamos dormir que já está na hora! Cada um foi para seu quarto, e eu fiquei ali chupando o dedo, porra! Que coisa sem graça, pensei! Havia sonhado tanto com algo diferente, e agora acaba assim! 
Minha conclusão: Que coisa chata é fumar essa tal de MACONHA!

Comandante Niltinho
é piloto de garimpo

Um comentário:

Anônimo disse...

Oque este"babaca" queria? afinal onde ele mora não tem maconha?