General João Figueiredo sobe a rampa do Palácio do Planalto reverenciado pelos soldados
do Batalhão da Guarda Presidencial e os Dragões da Independência. 1983.
A rampa externa do Palácio do Planalto não é somente peça que dá maior leveza ao traço moderno de Niemeyer. Tem também sentido simbólico, representa poder. É um lance recorrente.
Todos os chefes da Nação a utilizam de maneira peculiar. O presidente que deu início a essa tradição foi o criador da nova capital, Juscelino Kubitschek.
Seu sucessor, Jânio Quadros, que renunciou ao mandato ainda no sétimo mês de governo, nela pôs os pés somente no dia da posse. Jango, nem isso. Os marechais Castello Branco e Costa e Silva, pouco a pisaram também. O faziam apenas quando recebiam chefes de Estado estrangeiros.
O general Médici era assíduo, usando-a como cenário para celebrações militares. Nas terças feiras, subia. Nas sextas, descia. Já Tancredo não pode fazê-lo em vida. Somente morto, no caixão carregado por cadetes do Exército.
José Sarney imprimiu caráter democrático, permitindo que o acesso de visitantes em grupo fosse feito pela rampa. Collor deu toque festivo. Convidava esportistas e artistas para acompanhá-lo uma vez por mês.
Itamar Franco era tímido. Chegava e saia pelo elevador privativo. Fernando Henrique a franqueou para os craques da Seleção pentacampeã em 2002. Quem não se lembra das cambalhotas de Vampeta sobre o mármore branco da rampa?
Já o molusco, assim como Geisel, prefere esperar as vistas ilustres ao alto, no primeiro andar, à sombra. Na foto, Figueiredo chega para o trabalho reverenciado pela guarda de honra. No dia em que deixou a Presidência não saiu por ela. Preferiu o elevador dos fundos, só para não cumprimentar o ilegítimo e farsante presidente que assumiu, Sarney, pela morte de Tancredo!
Um comentário:
Apesar de tudo isso, este babaca aí subindo a rampa preferia cavalos e não pessoas.
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