O garagista que ganha R$ 23 mil mensais na Câmara Municipal de São Paulo na verdade é assessor parlamentar, montado numa mumunha que, além de comum por lá, é mais ou menos assim:
Ele tem um contrato com o vereador Juscelino Gadelha, do PSB, para repassar dinheiro ao parlamentar por uma empresa - a Náutica Turismo Flutuante Ltda; a "empresa" não tem saite nem telefone, seu endereço na Receita Federal é uma casinha em Ubatuba, no litoral paulista. Ninguém sabe que é uma empresa na vizinhança.
Alexandre Camargo Pereira, o nome do gajo, aparece no saite da Câmara como funcionário do setor de Garagem e Frota, apesar de trabalhar no gabinete do vereador desde 2005. O contrato com a tal empresa é pelo aluguel de um tobogã aquático do vereador e 80% do dinheiro vai para ele. O salário do garagista, na verdade um "faz tudo" sai pela gratificação parlamentar por trabalhar como assessor no gabinete de Gadelha, quantia determinada pelo próprio vereador: R$ 20 mil. O valor é retirado de um total de R$ 106 mil que cada parlamentar tem para dividir entre até 18 assessores legislativos. O "garagista" já trabalhou para outros cinco vereadores da casa, sempre comissionado e com sistemas desse tipo, desde os anos 80.
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