O corte e o transporte de eucaliptos no distrito de Catuçaba, em São Luiz do Paraitinga, foram proibidos pela justiça. A atividade só será liberada caso um estudo comprove que ela não vai afetar a natureza e a população do local.
No pequeno distrito, os moradores comemoram a decisão da justiça. "Para nós, é uma vitória grande, porque sabendo que vamos sempre preservar o nosso lugar", comenta o pecuarista José Carlos Campos.
A Justiça aceitou o pedido de liminar proposto pela Defensoria Pública. Pela decisão, a Votorantim Celulose e Papel fica proibida de transportar eucaliptos por Catuçaba.
A empresa também não pode cortá-los até que seja feito um estudo de impacto ambiental. "A fazenda que nós questionamos nessa ação foi implantada em 316 hectares contínuos de terra na área de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar, o que é vedado por lei.
Isso reforça ainda mais a necessidade de um estudo de impacto ambiental", explica Wagner Giron, defensor público. A área de amortecimento a que o defensor se referiu é faixa de entorno do Parque Estadual.
Os moradores de Catuçaba reclamam do transtorno que os caminhões pesados provocam quando passam pelo local. "Tenho medo de cair minha casa, porque tem trinca na parede", reclama Terezinha da Silva Ferreira, aposentada.
Na área de plantio, são mais de 800 mil eucaliptos. As árvores cobrem a mata. Ninguém da Votorantim quis gravar entrevista. Em nota, a empresa informou que ainda não foi notificada da decisão. Mas que a atuação dela em São Luiz respeita as leis ambientais e afirmou também que o transporte de madeira em Catuçaba só deve começar em dois anos.
Até lá, a VCP espera dialogar com a comunidade, mas vai ser difícil mudar a opinião de quem mora aqui. "Acho que Catuçaba não soma nada com isso. Só vem a nos prejudicar amanhã ou depois", defende Campos.
Caso a Votorantim não respeite a decisão da Justiça, a multa diária será de R$ 15 mil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário