Nem porco come isso aqui !!!

 

O índio estava uma vara com a organização da Rio +20. Uruatã, cacique da tribo pataxó esbravejava, filmado por um índio de outra tribo. Centenas de pessoas se juntavam à sua volta, ele mostrando uma marmita com arroz, feijão, macarrão e um pedaço de gordura que ele dizia tudo estragado. 

Outros índios se revezavam ao microfone, alguns dizendo ter passado mal.

"Nem porco come isso aqui. Se comer, morre", gritava Uaratã, mostrando a marmita de péssima aparência.

Com cara de folhagem os cara-pálidas responsáveis pela estada dos silvícolas, membros da "Articulação dos Povos Indígenas do Brasil", reconheciam que as 400 quentinhas servidas estavam estragadas.

Outro índio, chamado Kretã, da tribo caiagang e membro da "articulação" explicava já estarem resolvendo a situação da comida. Não conhecemos as empresas aqui no Rio. A que contratamos não tinha condições de atender a demanda. Já mudamos de fornecedor, hoje à noite já vai ser servido por outra empresa".

Reclamava também do excesso de índio. Falou que houve um acordo com as tribos prevendo 1.100 índios e que vieram 1.700. "Esse é o Brasil sem fome: comemos comida estragada", dizia uma índia de jeitão meio petista.