Durou quase quatro horas o depoimento do bancário Ricardo Neis nesta segunda-feira (28), acusado de ter atropelado um grupo de ciclistas na noite de sexta-feira (25) em Porto Alegre (RS).
Neis, que é funcionário do Banco Central, justificou o ato alegando que estava sendo ameaçado pelos integrantes do movimento Massa Crítica, organizador do "bicicletaço". Ele disse que se arrependeu da atitude, motivada para proteger seu filho.
- “Eles estavam batendo muito forte [no carro]. Se eu ficasse ali, seria linchado”, afirmou após prestar depoimento à Polícia Civil. O bancário saiu escoltado por policiais e se irritou com o assédio dos jornalistas, que lotavam o local.
Escoltado por PMs e acompanhado de dois advogados, Neis evitou responder às perguntas dos repórteres. Segundo ele, antes do atropelamento houve uma discussão. Neis pediu passagem e argumentou que havia lugar para todos na rua. Em resposta, o funcionário do BC disse que os ciclistas se "enfureceram e jogaram bicicletas por cima do carro".
Após a discussão, os ciclistas quebraram o espelho do automóvel. Neis também negou que tenha abandonado o carro, como alega a polícia. Ele justifica sua versão dizendo que deixou os documentos no veículo, mas não explicou por que foi para casa sem o Golf.
Os advogados do bancário também não se manifestaram depois do depoimento. “Poderíamos ter feito tudo de forma ordeira, mas eles bateram no carro. Quando enxerguei uma brecha, tentei avançar e eles agrediram violentamente, deram vários socos e pontapés no carro. Me desesperei e queria sair dali o mais rápido possível”, disse o acusado.
Perguntado se faria tudo de novo, Neis foi sucinto: "Eu teria ficado em casa", disse aos repórteres.
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