Com sérias dificuldades para comprovar a anunciada eficiência de um governo que começa a tropeçar em escândalos e é refém da inflação, a presidente Dilma Rousseff determinou a seus assessores o salvamento de Antonio Palocci Filho, ministro-chefe da Casa Civil, cujo patrimônio cresceu vinte vezes no espaço de quatro anos.
Presidido pelo ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu que Palocci não deve ser investigado, mas para reforçar a blindagem de Palocci Filho, que deve ser alvo dos ataques da oposição e cobrança sistemática da imprensa, Dilma escalou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para defender o chefe da Casa Civil.
Diferentemente do que pregou de forma intransigente o Partido dos Trabalhadores durante duas décadas, o petista Gilberto Carvalho, que tenta encerrar o assunto, disse que “Faz parte da lei democrática, faz parte da nossa tarefa, nos ater ao presente. Quando a presidente convida o ministro Palocci para ser o seu ministro, o que nos interessa é o comportamento dele nesse período, se ele vai auferir ou não alguns bens de maneira legítima ou não nesse período. O passado de cada um dos ministros não cabe ao governo fazer nenhum tipo de investigação”. Trata-se de uma explicação evasiva e simplista, que contraria os mais rasos fundamentos da ética e da probidade.
Os partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff querem explicações sobre o caso, a começar por um detalhamento das consultorias prestadas por Palocci através da “Projeto”, empresa de sua propriedade, mas é sabido que após deixar o Ministério da Fazenda, no rastro do escândalo do caseiro Nildo, o atual ministro da Casa Civil se dedicou a atender bancos nacionais e estrangeiros.
Conjugando a forma sorrateira como Gilberto Carvalho tenta defender o “companheiro Palocci” e o que estabelece a Constituição Federal sobre a isonomia no tratamento dos cidadãos em relação aos seus direitos (“Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”), é possível afirmar que Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, pode começar a sonhar em substituir José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça, pois desde a posse de Dilma Rousseff o traficante não cometeu nenhum ato ilícito.
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