Taiadablog: Gibi de Ouro - Os Clássicos dos Quadrinhos !!!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Gibi de Ouro - Os Clássicos dos Quadrinhos !!!

 
 
No ano de 1985, a RGE (atual Editora Globo) lançou uma pequena, porém importante coleção de quadrinhos em bancas: Gibi de Ouro - Os Clássicos dos Quadrinhos. Com seis edições, a série reapresentou as primeiras revistas de personagens clássicos, publicadas originalmente pela editora nas décadas de 1950 e 1960.

Ferdinando, Cavaleiro Negro, Buffalo Bill, Mandrake, Fantasma e Nick Holmes foram as edições selecionadas, todas com formato americano, 64 páginas e matérias apresentando datas, criadores, a história de cada uma das publicações no Brasil até então e outras informações, parte delas utilizadas na matéria que você acompanha agora.

Nesta coleção, somente a revista do Fantasma, em vez do primeiro número, trazia sua segunda edição. Isto porque, algum tempo antes, a editora havia lançado o embrião desta série, com a revista Fantasma Especial, reimpressão do número de estréia do Espírito-que-Anda.
 
 
Fantasma Especial apresentava capa e sobrecapa, pôster colorido, a história O Rapto de Jerry, com argumento de Lee Falk e Wilson McCoy, além de HQs com outros personagens: A Turma do Brejo Seco (Ferdinando), Kid Farofa e Capitão César.

Já a reedição do segundo número, agora na série Gibi de Ouro, trazia uma história completa, Os Homens-Rã, também de Falk e McCoy.

Ambas as revistas foram publicadas originalmente em 1953. Lembrando que o Fantasma apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos em tiras diárias, no ano de 1936, criado por Lee Falk, com desenhos de Ray Moore.
 
 
O personagem faz parte de uma dinastia que teve inicio séculos atrás, quando piratas atacaram um navio na costa de Bengala, na África. O único sobrevivente, salvo por nativos, jurou combater a pirataria em todas suas formas, e que seus descendentes fariam o mesmo.

No Brasil, o herói teve diversas séries e almanaques, voltando para as bancas ocasionalmente até os dias atuais. A série regular da RGE teve mais de 350 edições, sendo que o formato americano durou até o número # 233. Também passou por editoras como Saber e Ebal.

Mandrake foi criado em 1934, também por Lee Falk, com ilustrações de Phil Davis, considerada a melhor fase de suas aventuras. Ele é um mágico que, de início, realizava feitos que beiravam o impossível e posteriormente foi apresentado aos leitores como um ilusionista, que fazia truques por meio de hipnotismo.
 
No Brasil, teve série própria pela RGE em formato americano até o número # 232 (1975) e seguiu em formatinho até a edição # 325. Voltou esporadicamente às bancas em outras séries e coleções, inclusive por outras editoras. Na trama aqui apresentada, um falso Rei Lothar surge na África, e o verdadeiro, junto com Mandrake, decide acabar com a farsa.

Buffalo Bill, o lendário personagem do Velho Oeste, também teve título próprio. Nos quadrinhos, foi protagonista de diversas séries, passando por muitos autores. A RGE publicou os 17 números iniciais de sua revista mensal, criada por Fred Meagher. Esta publicação, no Brasil, chegou perto do número # 100.

Nick Holmes (Rip Kirby, no original) foi outra das criações de sucesso de Alex Raymond, autor de Flash Gordon, Jim das Selvas e Agente Secreto X-9. Holmes surgiu em 1946 e era um ex-fuzileiro naval que, após a Segunda Guerra Mundial, decidiu se tornar detetive.
 
 
Lançado em formato de tiras, tornou-se sucesso imediato e esteve nas mãos do autor até 1956, quando Raymond faleceu. Então, assumiram suas histórias John Prentice e, posteriormente, Fred Dickenson.

Embora nada conste, a HQ desta edição da coleção Gibi de Ouro, possivelmente, é de John Prentice, e traz Holmes enfrentando um charlatão que quer se apropriar da fortuna de uma amiga.

O protagonista utiliza deduções criminológicas em suas investigações, empregando força quando necessário, quase sempre ao lado de seu amigo e mordomo Duarte.

Ferdinando (Li'L Abner, no original), clássico dos quadrinhos de humor, criação de Al Capp, fez sua estréia nos Estados Unidos em 1934. Ao lado de seus pais, Lúcifer e Chulipa Buscapé, e de sua noiva e posteriormente esposa, Violeta, Ferdinando é um caipira extremamente inocente e muito forte, tão ingênuo que os outros sempre tentam aprontar para cima dele.
 
A série fez grande sucesso por mais de 30 anos e foi capa de revistas como Time e Life. Com vários e memoráveis personagens secundários, um dos pontos altos das aventuras de Ferdinando é a história Os Shmoos, também publicada pela RGE, na série Gibi Mensal.

A revista reapresentada nesta edição refere-se ao número inicial de uma série que se iniciou em 1961 e teve 32 edições mensais. Na década de 1970, Ferdinando chegou a ter mais seis edições e um almanaque em bancas, todos em formatinho.

Finalmente, Cavaleiro Negro (Black Rider, no original) é o primeiro número de uma série de vida longa, que teve 245 números publicados no Brasil.

Lançado nos Estados Unidos na década de 1950, pela editora Atlas (que posteriormente se tornaria a Marvel), o personagem era uma cópia dos super-heróis, porém vivendo no Velho Oeste. Sua identidade secreta era o tímido médico Dr. Robledo, que se transformava no aventureiro mascarado e era o terror dos bandidos.
 
 
Detalhe curioso: Molenga, o cavalo do mocinho, também se "transformava" no cavalo do herói, chamado Satã. Bastava que o Cavaleiro Negro pedisse a ele que "retesasse os músculos".

Como não havia material norte-americano suficiente, muitas das aventuras do Cavaleiro Negro foram criadas no Brasil, por autores como Walmir Amaral, Milton Sardella, Juarez Odilon, José de Arimathéia e Flavio Colin (vale lembrar que isso não era exclusividade, tendo acontecido, de forma quase regular, com aventuras do Mandrake e do Fantasma, produzidas no Brasil).

Nos últimos números, foram utilizadas histórias provenientes da Espanha, de um personagem chamado Gringo, que era substituído pelo Cavaleiro Negro com os desenhos sendo modificados.

Outros heróis tiveram suas aventuras publicadas na série Cavaleiro Negro, como Apache Kid, Arizona Raines, Sierra Smith, Davy Crokett, Kit Carson e Daniel Boone.

Concluindo, Gibi de Ouro é uma coleção das mais bacanas e importantes para se conhecer um pouquinho da história das HQs no Brasil. Pena que iniciativas assim dificilmente voltem a ser colocadas em prática.

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