Jatinhos executivos e bimotores decolando e pousando em Araras, SP,
filmado da Torre de Controle, ruídos bastante parecidos com os que devem ocorrer no CEAC.
Só faltaram os helicópteros!
O incômodo causado pelo ruído aeronáutico às comunidades próximas a aeroportos tem sido a maior causa de conflitos entre essas e estes. Visando a prevenção de conflitos futuros, necessário se faz a elaboração de estudos técnicos e científicos que abordem as temáticas que envolvem as relações entre o ruído aeroportuário e o zoneamento urbano.
Considera-se ruído aeronáutico todo aquele que é oriundo das operações de pouso, decolagem, táxi e teste de motores das aeronaves, além do ruído produzido pelos equipamentos auxiliares sendo que neste último caso o incômodo não é tão expressivo fora dos limites dos aeroportos, afetando exclusivamente a população interna.
O trânsito de veículos terrestres, ocasionado pela presença dos aeroportos, também configura uma fonte de ruído expressiva para a sua vizinhança imediata, embora de menor importância se comparado ao efeito das aeronaves.
Uma das particularidades do ruído aeronáutico é que este, além de afetar seu entorno imediato, por todas as operações citadas acima, pode vir a influenciar áreas relativamente distantes de seu espaço físico, isto porque a principal fonte de ruído, a aeronave, ultrapassa os limites dos aeroportos sobrevoando muitas vezes (como será o nosso caso!), áreas densamente povoadas, em razão do rumo já estabelecido da pista de pousos e decolagens.
Vejam o caso, por exemplo que ocorre em São José dos Campos: sobre a rampa de descida das aeronaves para a pista 15 de SBSJ, a 4 km em linha reta da mesma, as aeronaves sobrevoam os apartamentos a baixa altitude, gerando ruídos, no mínimo, perturbadores, mesmo estando com potencia reduzida para o pouso !
É claro que acima de certa altitude o ruído da aeronave, embora possa ser ouvido, não causa desconforto, porém, áreas que ficam próximas às trajetórias de pouso e decolagem são fortemente afetadas, e normalmente seus habitantes não são diretamente favorecidos pelos serviços do aeroporto,
provocando assim uma sensação ainda maior de incômodo.
Como já foi dito, o ruído mais importante de um aeroporto advém das aeronaves. Estas são compostas por várias fontes de ruído, dentre as quais o motor é a mais expressiva. O ruído produzido por uma aeronave depende diretamente da tecnologia de seu motor, que quanto mais novo, menos ruidoso.
Estima-se, para os primeiros 5 anos de atividades do CEAC, as operações de até 71 aeronaves/dia, que representam 142 operações por dia na fase inicial, entre pousos e decolagens, o que por si só, nos dá uma idéia da grandiosidade do problema!
Imaginem agora, estas aeronaves decolando e pousando na pista do CEAC, fazendo suas aproximações através e sobre regiões habitadas próximas ao centro da cidade!
Imaginem também, a população de Caçapava Velha inteirinha, ali ao lado do CEAC, diretamente sujeita às fontes de ruídos advindos das turbinas e dos motores de aproximadamente 71 aeronaves/dia!
E tem mais: segundo projeções do IBGE relacionadas às taxas de crescimento urbano, em cerca de 10 a 15 anos, aquela área já deverá estar medianamente ocupada pela população, mormente considerando-se que o próprio CEAC, com suas projeções para o número de funcionários, indica números realmente assustadores (de 22 mil a 68 mil) postos de empregos a serem gerados, com a consequente absorção de toda esta massa trabalhadora e seus familiares, novamente segundo o IBGE, estimada na média de 3 indivíduos por família, o que, em tese, representaria uma população de 270 mil pessoas!
Este assunto, de fato, necessita de estudos mais aprofundados, afinal, se podemos ter agora, as chances de evitar um problema ambiental que pode afetar grande parte da população caçapavense no futuro, para que aceitar sem discutir, não é mesmo?
Insistimos que não somos contra a instalação do CEAC na cidade: somos favoráveis à sua instalação, sem prejuízos para a cidade, como já tivemos no passado, na época da FAÉ, cujos reflexos negativos e contaminação ambientação, até hoje representam um desafio para a população caçapavense!
7 comentários:
Um breve comentário: Milhares de cidades no mundo todo tem seus aeroportos. Aqui na Taiada, a maior encebação. Será alguma maldição?
Ótima pergunta, prezado Banzo! É claro que ainda nos restam preocupações legítimas ligadas às 45 mil toneladas de veneno puro que a Faé simplesmente abandonou na cidade, não é?
Por outro lado, as cidades que não tiveram este tipo de cuidado ambiental (com os ruídos), por ocasião da instalação de seus aeroportos, acabaram padecendo dos problemas que citamos na postagem: alteração no zoneamento, vilas inteiras às margens das pistas, brigas homéricas na justiça, etc. etc. e tal.
Acho que nós temos a oportunidade de evitar este tipo de acontecimento, não é? Grande abraço!
Prezado sr. JC: sofro com o problema dos ruídos aeronáuticos há muitos anos (19), desde que fui morar na Vila Nova Cachoeirinha aqui em SP!
As aeronaves passam muito baixo e com um barulho horrível. Estou com os nervos atacados e vivo brigando com meus familiares. O psicólogo falou que tem a ver com a insônia provocada pelo sobe e desce de aviões barulhentos!
JC tem certas opiniões que são um absurdo. Vê aquela em que a vereadora A. P. não queria aprovar projeto para edificios com mais de 15m de altura na região central de Caçapava porque alegava que futuramente não iamos ter sol na pça da Bandeira. Deixa esse povo pra lá e vamos ver nossa cidade crescer.
Caro JC este é um barulho delicioso de se ouvir, o barulho do progresso e empregos para os nossos filhos no futuro !!! que venha realmente este empreendimento para nossa cidade é o que todos nós torcemos.
Nos semanários da Taiada, as reportagens foram unânimes em afirmar que está tudo certo para a instalação do CA. Não entendo a jacarezagem.
Não sei não JC, mas acho que os ambientalistas estão cobertos de razão e tem muitas possibilidades de barrar o CEA na justiça, até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
Eu sou a favor do CEA mas não quero herdar problemas ambientais, como os do FAÉ!
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