Taiadablog: Brasil e Bolívia firmam acordo para combater tráfico !!!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Brasil e Bolívia firmam acordo para combater tráfico !!!


Em visita à Bolívia, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) renovou com o governo de Evo Morales acordos de cooperação, que visam combater o tráfico de cocaína e outros crimes comuns à zona de fronteira – tráfico de armas, de pessoas e de animais silvestres, por exemplo!
Destacam-se na parceria dois pontos: 1) a PF treinará policiais bolivianos. 2) o Brasil dará dinheiro à Bolívia, para compra de equipamentos.
Cardozo anunciou a liberação de US$ 100 mil. Verba a ser repassada por meio do órgão da ONU que combate drogras e crimes (UNODC, na sigla em inglês).
Na terça (29), acompanhado do ministro boliviano do Interior, Sacha Llorenti, Cardozo sobrevoou a região de Chapare, que se apresenta como área produtora de coca – uma das maiores da Bolívia, oportunidade em que Llorenti mostrou ao colega brasileiro que o governo Evo está destruindo plantações ilegais.
Nesta quarta (30), os dois ministros estiveram na cidade fronteiriça de Puerto Suárez. Foram acompanhar os desdobramentos de ação deflagrada no domingo (27), denominada  “Operação Brabo” (Brasil-Bolívia), que desenrola-se na fronteira e não tem data para acabar.
Do lado brasileiro, a ação se concentra em Corumbá (MS). Do lado boliviano, em Puerto Quijaro e Puerto Suárez. Pelo Brasil, participam a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança. Exército e Marinha dão apoio logístico. A Bolívia mobilizou efetivos de sua FELCN (Força Especial da Luta Contra o Narcotráfico).
A PF já realizava há um ano, desde março de 2010, a Operação Sentinela. O objetivo era o mesmo. A diferença é que agora há cooperação da Bolívia.
O superintendente da PF no Mato Grosso do Sul, José Rita Martins Lara, acompanhou o ministro da Justiça na passagem dele por Puerto Suárez, e explicou a natureza da parceria da PF com os agentes da Bolívia:
“O que nós queremos fazer com a Bolívia nesse convênio é passar essa experiência da polícia brasileira com o apoio das Forças Armadas e de outros órgãos como a Receita Federal...”
Nos primeiros três dias, a Operação Brabo resultou na prisão de cerca de três dezenas de suspeitos. Isabelino Gómez, promotor boliviano, diz que houve também apreensão de drogas, armas, explosivos e veículos usados por traficantes.
O tráfico de cocaína boliviana para o Brasil foi um dos temas debatidos na campanha presidencial do ano passado, quando José Serra, o candidato derrotado do PSDB, acusou o governo Evo Morales de ser “cúmplice” do tráfico e a administração Lula de ser negligente na cobrança.
Em resposta, Dilma Rousseff disse na ocasião que Serra “demoniza” injustamente a Bolívia. O diabo é que documentos oficiais produzidos sob Lula davam razão ao tucano. Relatórios reservados da Divisão de Controle de Produtos Químicos da PF contabilizavam: 80% da cocaína distribuída no país vem da Bolívia. A maior parte chega na forma de "pasta". O refino é feito no Brasil. A PF também atribuía a encrenca à "leniência" do país vizinho.
Uma inação que tem raízes culturais. O cultivo da folha de coca é legal na Bolívia. O produto tem várias serventias – de rituais indígenas à produção de remédios.
O problema é que o excedente abastece o tráfico. Afora os papéis da PF, documento endereçado pelo Itamaraty à Comissão de Relações Exteriores da Câmara, em 2007, anotou: "Entre 2005 e 2006, a área de produção de folha de coca na Bolívia cresceu de 24.400 para 27.500 hectares".
O mesmo texto informou que, sob Evo, adotou-se na Bolívia uma política dicotômica: combate ao narcotráfico e "valorização" da folha de coca.
Segundo o Itamaraty, uma delegação de brasileiros e chilenos fora à Bolívia, em junho de 2007, para reunião com autoridades locais. "Sem resultado". Realizou-se um esforço para reativar, também sem sucesso, as comissões mistas antidrogas Brasil-Bolívia.
Em setembro de 2008, o Itamaraty enviou à Câmara um segundo relatório, informando: "A ONU contabiliza "aumento na produção de coca na Bolívia pelo quinto ano consecutivo".
Em outubro de 2008, Morales expulsou da Bolívia 20 agentes do departamento antidrogas dos EUA. O pretexto foi a acusação de que faziam espionagem. Dois meses depois, a Bolívia firmaria um acordo com o Brasil. Previa coisa parecida com a parceria celebrada agora por José Eduardo Cardozo.
A PF passaria a atuar na Bolívia no combate ao tráfico de cocaína e armas. A implementação do acerto esbarrou no cofre. Ontem como hoje, La Paz queria que Brasília pagasse as contas.

Um comentário:

Iluminado disse...

Nesse acordo nem a "Velhinha de Taubaté" acredita