O Japão convive com o risco de uma tragédia nuclear. Vive-se a mais grave crise desde o acidente na usina atômica de Chernobil, na Ucrânia, em 1986.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, dirigiu-se aos seus compatriotas em timbre sombrio. Pediu às 140 mil pessoas que moram nos arredores da usina de Fukushima Daiichi que não saiam de casa num raio de 30 quilômetros da instalação nuclear.
A agência de notícias Kyodo informa: o nível de radiação na cidade de Maebashi, 100 quilômetros a norte de Tóquio, são até dez vezes superiores ao normal.
Naoto Kan disse: "A possibilidade de vazamento radioativo ainda está aumentando". Acrescentou: "Estamos todos fazendo esforços para evitar que o vazamento se propague...” “...Sei que as pessoas estão muito preocupadas, mas eu gostaria de pedir que ajam com calma".
A despeito do pedido, o moradores de Tóquio correm ao comércio para se abastecer de provisões.
A China informou que vai retirar seus cidadãos das áreas mais afetadas. A Air China decidiu cancelar voos para Tóquio. Várias embaixadas aconselharam seus funcionários e cidadãos a abandonarem as zonas afetadas. Turistas interrompem as férias. Empresas multinacionais orientaram seu pessoal a partir, ou cogitam se transferir para fora de Tóquio.
No Brasil, sob os efeitos das dúvidas que assediam o Japão, o ministro Gilberto Carvalho (Secretário-Geral da Presidência) declarou: "A presidente [Dilma Rousseff] está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive aqui, sobre a nossa política, toda essa questão da energia atômica”.
Será alterada a política nuclear brasileira? "Ainda estamos observando”, disse Gilberto Carvalho. “Não se sabe a extensão da questão japonesa. Só depois de ter uma análise mais profunda é que se pode pensar nas influências que o evento japonês terá na nossa política nuclear".
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