Parte do dinheiro que o governo deveria destinar ao SUS está sendo desviada pelo Ministério da Saúde para finalidades diversas. As arcas da Saúde financiam, por exemplo, a construção de academias de ginástica que incluem palygrounds, quadras poliesportivas e rampas de skate.
Custeiam também despesas correntes do ministério –de reajustes salariais a benefícios de servidores: assistência médica, vale-refeição, transporte e pré-escola. O acinte vem à luz num instante em que corre no Senado o projeto que regulamenta os investimentos em saúde pública.
Um dos objetivos da proposta, recém-aprovada na Câmara, é o de coibir desvios antigos, atribuídos a Estados e municípios. Pela proposta, governadores e prefeitos ficam proibidos de usar a grana da Saúde para bancar, por exemplo, a folha de aposentados e as obras de saneamento. Descobre-se agora que os drenos que sorvem os sempre excassos borderôs da Saúde são comuns também em Brasília.
Ouvido, o ministério defende o indefensável. Alega, por exemplo, que as academias reduzirão a incidência de doenças cardiovasculares e hipertensão. Beleza! O diabo é que, observadas as leis, o dinheiro para esse tipo de gasto deveria vir de outras rubricas do Orçamento, não do SUS. Hoje, o orçamento anual da Saúde é de R$ 71,5 bilhões.
Em exposição na Câmara, o ministro Alexandre Padilha dissera que, para prover assistência decente à clientela do SUS, é preciso arrumar mais R$ 45 bilhões. Nos subterrâneos, o Planalto ensaiou a defesa da recriação da CPMF. Como a reação foi negativa, Dilma Rousseff retirou o time de campo. Passou a dizer que, antes de providenciar uma fonte nova, seria necessário aprimorar a gestão. A descoberta dos ralos dão ao discurso oficial uma aparência de lorota!
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