Taiadablog: Adeus USS Enterprise !!!

domingo, 4 de novembro de 2012

Adeus USS Enterprise !!!






O porta-aviões americano USS Enterprise nasceu e vai morrer, 50 anos depois, como o maior do mundo. Em meio século, nada maior e mais poderoso que ele foi construido. Ele tem dez irmãos, da classe Nimitz, todos nucleares. Mas nenhum maior.

Ele aporta hoje pela última vez como navio de guerra da marinha americana em Norfolk, na Virgínia, voltando de sua derradeira missão, de 8 meses pelo Mediterrâneo e Golfo Pérsico. Primeiro super-navio de guerra nuclear do mundo, ele estreou sua temida presença no bloqueio naval a Cuba, obrigando os russos a retirarem da pobre ilha comunista plataformas de lançamento de mísseis em plena guerra fria.


Logo depois, em 1962 operou como estação de rastreamento para a cápsula espacial do Projeto Mercúrio, na qual o astronauta americano John Glenn realizou o primeiro voo orbital do país. Mais dois anos, entrou em ação no Vietnã, até a saída americana de Saigon, em 1975. Nos anos 80, operou no Golfo nos confrontos com o Irã.


Nos anos 90, seus aviões ajudaram os EUA a imporem zonas de exclusão aérea no Iraque e na Bósnia. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, a Marinha americana voltou a usá-lo como porta-aviões para lançar os bombardeios no Afeganistão e durante a guerra contra o Iraque.

É um dos 11 porta-aviões da classe Nimitz, de propulsão atômica. O mais comprido deles, uma máquina de guerra mais poderosa que as forças armadas de quase todo os países do mundo. Ficam de fora poucas potências militares mundiais. Mesmo entre as potências, nenhuma tem algo parecido com esses 11 porta-aviões da classe Nimitz.


Com sua aposentadoria os EUA ficarão temporariamente com "apenas" 10 deles na ativa. O USS Enterprise pesa cerca de 95 mil toneladas e tem 342 metros de comprimento, o que faz dele o mais longo navio de guerra do mundo. Sua base flutuante pode acomodar 4.500 marinheiros e aviadores e 82 aviões, mais dezenas de helicópteros. Carrega um impressinante sistema de defesa anti-mísseis, é uma fortaleza de artilharia e uma poderosa plataforma lançadora de mísseis nucleares balísticos intercontinentais.

Mas essa chegada de sua última viagem tem um lado de tristeza, porque ele não vai ser transformado num museu. Não dá. Será destruído, desmontado e sucateado. Porque é nuclear. Para remover seus 8 reatores, é preciso retalhar sua estrutura de tal forma que remontá-la depois fica mais caro que construir poderosos navios novos, cruzadores, por exemplo. Sua mantenção, mesmo removidos os reatores, seria absurdamente cara também.


Os EUA se dão ao luxo de ter apenas três navios de guerra transformados em museus, o USS Intrepid, em Nova York, o USS Yorktown, em Mount Pleasant, e o USS Midway em San Diego. Nenhum deles foi construido há menos de 60 anos e nem é nuclear.

Para começar a desativação do USS Enterprise, antes de aportar pela ultima vez hoje já lhe foram removidos os armamentos. Sua artilharia e munição, só esta mais de 1.500 toneladas de mísseis e bombas, já foram transportadas para outros navios por helicópteros na semana passada. Dia 1º de dezembro uma cerimônia marcará o fim do USS Enterprise. Depois dele, em 2015 quando completará sua vida útil, será a vez do outro gigante da classe Nimitz, o USS Gerald Ford.

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