Taiadablog: O tesouro de Preston Tucker !!!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O tesouro de Preston Tucker !!!



Preston Tucker tinha automóveis em seu sangue. Primeiro trabalhou como office boy na Cadillac Engineering, mais tarde trabalhou na linha de montagem da Ford. Foi em vendas de automóveis, no entanto, que ele finalmente deixou sua marca, acabou por ser nomeado como gerente de vendas regional para a Pierce-Arrow. Tucker fez amizade com Harry Miller e se juntou com ele, como Miller & Tucker, Inc., para construir o front-wheel drive e dirigir carros de corrida em Indianápolis para a Ford Motor Company em 1935.


Como a guerra começou na Europa em setembro de 1939, Tucker projetou um veiculo leve de escolta, muito manobrável, para o Exército, com uma arma giratória na torreta.

Ele construiu um protótipo e teve conversações com os holandeses, mas antes que pudesse concluir o negócio, o país foi invadido pelos alemães. Ele tentou comercializar o veículo para as forças dos EUA sem sucesso, embora a torre acabasse por ser utilizada em barcos, embarcações de desembarque e bombardeiros. Foi durante a guerra, porém, que Tucker resolveu construir seu próprio automóvel.

O conceito era revolucionário. Ele pretendia usar um motor projetado por Miller montado na traseira. A suspensão era para ser totalmente independente, com freios a disco em cada roda. Uma ampla e única peça de para-brisa seria concebido para ser ejetada em caso de acidente. Os esboços apareceram na Science Digest, em 1946, quando foi intitulada "Torpedo on Wheels", e o nome do "Torpedo" foi logo colocado no carro. Preston Tucker logo mudou o nome simplesmente para "Tucker 48" para escapar a qualquer conotação militar.

Sua inspiração importante foi a contratação de Alex Tremulis para completar o projeto. Tremulis, que tinha vindo da Auburn/Cord, terminou os desenhos em cinco dias, e um anúncio de página inteira estava correndo em março de 1947.

O protótipo inicial, concluído em 100 dias, teve uma versão do motor Miller seis-cilindros, com cilindros horizontais opostos como um Porsche muito posterior. Com válvulas no cabeçote operadas por pressão de óleo ao invés de um comando, varetas e balancins, tinha câmaras de combustão hemisféricas e deslocava gritantes 589 polegadas cúbicas - 9.700 cm³ - . A transmissão era para ser por conversores de torque gêmeos, um em cada roda traseira, e a suspensão seria um caso de "Torsilastic", independente nas quatro rodas com elementos de borracha.

O motor Miller mostrou-se  impraticável, assim como a transmissão de conversor de torque direta nas rodas. Em vez disso, Tucker comprou a Air Cooled Motors, em Syracuse, Nova York. Essa empresa fabricava motores de helicóptero para a Bell Aircraft Corporation. Refazendo o motor do helicóptero, que era um derivado Franklin refrigerado a ar, com refrigeração a agua, ele instalou-o no Tucker 48, com um transeixo de quatro marchas do Cord 810 e 812. Os freios a disco foram trocados por razões de economia, e o para-brisa de uma peça tornou-se um projeto dividido mais convencional. O motor tinha 166 cv, 335 pol³ ou 5.494 cm³, cabeçote OHV em um motor de seis cilindros h\orizontais opostos, câmbio de quatro marchas do tipo pré-seletivo, suspensão independente e freios a tambor nas quatro rodas. Distância entre eixos: 130 polegadas  ou 3,3 metros.
 

Finalmente, 51 carros foram produzidos, mas no momento em que apareceu em público, a Corporação Tucker tinha sido “tomada” sob o controle da Comissão Valores Mobiliários dos EUA, alguns dizem provocada por três grandes fábricas por intermédio de Homer Ferguson, senador de Michigan eleito com o dinheiro delas. As acusações do governo cairam lentamente, e em janeiro 1950 Tucker e seus executivos acabaram por ser declarados inocentes de todas as acusações. Mas a essa altura os Tucker 48 tinham sido efetivamente torpedeados e deixou seu inventor indelevelmente sob suspeita.
 
Comprado em 2006 por Robert Pass, fundador da Passport Transports, este Tucker 48 tem uma longa tradição dentro da comunidade Tucker. Em 1950, foi adquirido por Nick Jenin, um empresário da Flórida que acumulou uma coleção de dez ou mais carros e objetos diversos. Jenin criou uma  mostra itinerante Tucker, que apareceu em feiras e exposições de carros.

Após cerca de dez anos, ele dispersou sua coleção e o Tucker n° 1045 foi vendido a Walter Bellm, que o colocou em exposição no seu museu  Bellm’s Cars and Music of Yesteryear  em Sarasota, Flórida. Posteriormente, teve vários proprietários, terminando em Ohio cerca de dez anos antes de ser adquirido pela atual coleção particular.
Em geral, o carro tem bela pintura e cromados. Com exceção de um ligeiro desalinhamento das portas, o carro tem muito poucos problemas estéticos e se apresenta muito bem, com acabamento em azul marinho, com interior em tecido azul. O painel de instrumentos e volante não apresentam defeitos, o hodômetro indica 608 milhas ou quase 1.000 quilômetros.

Este é um belo exemplo de um dos mais inovadores automóveis dos EUA, porém foi de uma grande coleção particular e pode precisar de algum recondicionamento mecânico antes da utilização na rua.
Os Tucker têm um público fiel e estão bem documentados por seus proprietários entusiastas. Nos anos desde a construção de seus carros, Preston Tucker entrou para a história como um construtor de carros visionário. Seu estilo e conceitos de segurança estavam décadas à frente de seu tempo, fato claramente em evidência neste raro Tucker 48. Este carro foi leiloado recentemente por US$ 1.127.500. O milhão de dólares que a Famíia Lee perdeu...


  A operação do câmbio pré-seletivo
 
 
Um passeio com o Tucker


o interior original, ainda com o câmbio automático

Uma linda máquina!
 
 
Em Caçapava, no Centro Cultural da Prefeitura Municipal, onde estão estacionados os veículos do acervo de Roberto Lee, agora de propriedade da municipalidade, encontra-se um dos dois únicos automóveis Tucker 48 Torpedo, fora dos Estados Unidos e, possívelmente, o único que não se encontra totalmente restaurado.
 
Este é o Tucker taiada

Nosso Tucker ficou estacionado, por mais de quarenta anos, num dos prédios da Fazenda Esperança, onde se localizava o Museu Paulista de Antiguidades Mecânicas, de propriedade de Roberto Lee, onde sofreu com as intepéries do tempo, chuvas, desabamentos, umidade excessiva, dejetos de morcegos e pombos, além do roubo de algumas peças e partes! A tudo sobreviveu para, quem sabe, num futuro próximo, vir a ser completamente restaurado!

Um comentário:

vanderlei disse...

VAMOS RECUPERAR ESTA RELIQUIA, JC FLORES. A LUTA SERÁ GRANDE. CONTINUE ABRAÇADO A ESTA CAUSA.