Mesmo sem registrar nenhum incidente grave com voo de linha, o ano de
2012 teve o maior número de acidentes aéreos no século 21, segundo
informa relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos). O documento traz apenas os dados da aviação
civil nos últimos 11 anos, o que torna impossível a comparação com anos
anteriores ao novo século.
No ano passado foram registrados 168 acidentes aéreos, superando o então recorde de 2011, quando ocorreram 159 casos. Em média, o país registrou um acidente a cada 2,1 dias. Desde 2001, o país registrou 1.150 acidentes aéreos.
Do total registrado em 2012, 146 foram acidentes com aviões e 22, com
helicópteros –no caso dessas aeronaves, o número apresentou queda em
relação a 2011, quando houve o recorde da década com 27 ocorrências. O
Cenipa, porém, informa no relatório que os dados de 2012 ainda podem
sofrer pequenas mudanças.
Além do aumento absoluto, os números também apontam para alta percentual
dos casos de acidentes, levando em conta a frota nacional. Segundo o
Cenipa, o percentual de envolvimento em acidentes chegou a 0,36% dos
aviões e helicópteros, maior índice desde 2007 --quando 0,59% da frota
foi atingida. Em comparação a 2011, o ano passado teve um aumento de 12%
nesse índice –quando o índice ficou em 0,32%.
Acidentes fatais
O país também registrou aumento no número de acidentes com vítimas
fatais. No ano passado 32 ocorrências terminaram com mortes –mesmo
número de 2007, registrando assim o maior número do século. Dessas, 29
acidentes foram com aviões, e três, com helicópteros.
Apesar dos acidentes fatais, como não houve casos com voos de linha, o
número de mortos caiu. Em 2012, foram 71 óbitos, contra 90 um ano antes.
Desde 2001 foram 1.124 mortes.
O acidente com maior número de mortes em 2012 ocorreu em Juiz de Fora
(MG), com oito vítimas, em 28 de julho. O avião caiu em uma região de
difícil acesso e pegou fogo, sem deixar sobreviventes. A aeronave
particular levava executivos que participariam de uma convenção, vindos
de Belo Horizonte.
O recorde de óbitos ocorreu em 2007, quando 271 pessoas morreram --199
delas quando um avião da TAM não conseguiu frear, saiu da pista do
aeroporto de Congonhas (SP) e explodiu ao bater no prédio de cargas da
companhia.
Procurada, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), comentou,
em nota, que o aumento número de acidentes deve levar em conta alguns
fatores. "O número de operações e de aeronaves cresceram
significativamente, o que pondera o crescimento de acidentes.
No quesito aeronaves, tivemos um crescimento de 1.059 aeronaves de 2011
para 2012, no registro geral. Só na aviação privada, a que registra o
maior número de acidentes, tivemos um crescimento de 498 aeronaves em
apenas um ano", informou o órgão.
A Anac também apresentou dados um pouco divergentes aos divulgados pelo
Cenipa, mas que também apontam para crescimento no número de acidentes
aéreos no ano passado. "Em relação ao número de acidentes, vale
ressaltar que os dados da Anac apresentaram 173 acidentes, em 2012, e
151, em 2011."
Já o Cenipa informa que não faz análise dos dados. A função do órgão é
realizar a investigação de acidentes aeronáuticos para fins de prevenção
de novas ocorrências. Os relatórios de cada caso se transformam em
instruções de procedimentos, que ajudam a evitar novos acidentes. O
órgão não tem poder punitivo.
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