Taiadablog: A história do CAP 4 Paulistinha !!!

domingo, 1 de janeiro de 2012

A história do CAP 4 Paulistinha !!!

O interesse do empresário paulista Francisco Pignatari pela aviação data do final da década de 1930, quando ajudou o projetista italiano L. Bresciani na construção de dois protótipos. Em fins de 1940, a Laminação Nacional de Metais, uma das empresas do Grupo Pignatari, criou uma divisão de aviação e passou a produzir planadores. A boa recepção dos planadores no meio aeronáutico encorajou Pignatari a criar uma empresa de construção de aviões. Assim, em agosto de 1942, surgiu a Companhia Aeronáutica Paulista - CAP

Além de toda a estrutura industrial herdada do Grupo Pignatari a CAP associou-se ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo e passou a trabalhar no projeto do avião IPT-4, renomeado CAP-1 "Planalto" e nos seus derivados, o CAP-2, o CAP-3 e o CAP-3A (3). Mas o projeto de maior sucesso comercial foi o CAP-4 "Paulistinha".

O projeto do Paulistinha baseou-se na aeronave EAY-201 Ypiranga, cujos direitos de fabricação, pertencente à Empresa Aeronáutica Ypiranga, foram adquiridos. Novamente com a ajuda de técnicos do IPT, o projeto foi revisto e no dia 2 de abril de 1943 o primeiro exemplar deixou as linhas de montagem!

É um avião monomotor de asa alta de madeira revestida em tela e a fuselagem em tubos de aço também com revestimento em tela. Trem de pouso fixo convencional, hélice de passo fixo e acomodação para dois pilotos em tandem. Foi produzido em três versões, sendo que o modelo CAP-4A era a versão de instrução com 777 unidades produzidas. As outras duas versões eram o CAP-4B, capaz de transportar uma maca (somente dois protótipos produzidos), e o CAP-4C "Paulistinha Rádio" para regulagem de tiro de artilharia (um protótipo construído).

Além das suas boas qualidades aeronáuticas, o sucesso comercial do Paulistinha deveu-se também à Campanha Nacional de Aviação, um movimento criado em 1941 para levantar recursos para a compra de aeronaves de instrução de fabricação nacional, visando sua distribuição aos diversos aeroclubes do Brasil.

O Paulistinha era robusto, de pilotagem simples e manutenção fácil. Por ser de construção simples, a CAP chegou a fabricar um Paulistinha por dia em 1943, no auge de sua fabricação, que encerrou em 1948. Com exceção dos motores, que vinham dos EUA, praticamente todos os demais itens eram de fabricação nacional.

Em 1955 a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva adquiriu os direitos de fabricação do Paulistinha, bem como alguns gabaritos e todas as plantas do modelo CAP-4. O projeto foi ligeiramente modificado e rebatizado de Paulistinha 56. Mais de 240 exemplares foram fabricados nessa "segunda vida".

Especificações
Origem: Brasil (Companhia Aeronáutica Paulista)
Dimensões: comprimento: 6,71 m; envergadura: 10,67 m; altura: 2,10 m; Superfície alar: 17,00 m2.
Pesos: vazio: 320 kg; máximo na decolagem: 535 kg.
Motores: um motor Continental A-65-8 de 4 cilindros em linha, desenvolvendo 65 HP, refrigerado a ar.
Desempenho: velocidade máxima: 160 km/h; razão inicial de subida: 240 m/min; teto de serviço: 3.800 m; Autonomia 4 h.
Armamento: ausente.
Tripulação: dois tripulantes em tandem
Quem conhece o ramo sabe que o CAP4 foi um dos melhores treinadores do Brasil, se não o melhor! A maioria dos pilotos que ainda hoje cruzam os céus, iniciou seus treinamentos com esta bela aeronave!

2 comentários:

Nilton disse...

Jc estava passando batido nesta fantástica reportagem sobre o CAP4,Cara, onde você foi encontrar todas estas informações?, acredite, que nem eu, que brevetei voando um cap4 sabia desta sua historia, Parabens

Chico Ledur disse...

Chico Ledur que também fez o curso em 1972 no aeroclube de Novo Hamburgo RS,e posteriormente deu instrução nas duas mesmas maquininhas daquela entidade, disse: Esta maquina de formar pilotos foi de grande ajuda para todos nós.
Uma pequena correção no item motor:
A disposição dos cilindros é: dois a dois horizontalmente opostos, seria o correto.