Em São Paulo, voar nem sempre é a solução para fugir dos engarrafamentos
nas ruas e avenidas. O espaço aéreo da cidade também está congestionado
e os três aeroportos que servem a cidade – Congonhas, Cumbica e Campo
de Marte (este apenas para voos executivos) – já não comportam o intenso
tráfego que mistura voos comerciais com os privados. Helicópteros já
não conseguem pousar e decolar com a flexibilidade desejada e quem
possui avião executivo enfrenta cada vez mais restrições para operar nos
aeroportos tradicionais. E nem mesmo as ampliações previstas para os
terminais de passageiros de Cumbica (R$ 1,4 bilhão até 2014) e
Viracopos, em Campinas, a 95 quilômetros de São Paulo (R$ 873 milhões),
entregues em regime de concessão à iniciativa privada, devem mudar esse
quadro.
As dificuldades vividas nas salas de embarque, aliadas ao vertiginoso
crescimento do mercado de aviação civil – cuja frota avançou 6,4% em
relação a 2010, totalizando 13,1 mil aviões a jato, turboélices e
helicópteros no País –, deram asas a uma bilionária disputa entre grupos
de investidores paulistas, que já anunciaram projetos para a construção
de um quarto (e um quinto e talvez um sexto) aeroporto no entorno da
metrópole. Os três principais terminais privados, a princípio voltados
apenas aos voos executivos, somariam um investimento de R$ 1,5 bilhão
nos próximos três anos. Todos já têm autorizações prévias das
autoridades aeronáuticas para seguir com estudos ambientais e
detalhamentos técnicos.
Logística: localização à margem do trecho sul do Rodoanel é o trunfo do aeroporto de André Skaf
O mais estruturado e em estágio mais avançado é o projeto do grupo JHSF,
do empresário José Auriemo Neto, que atua na área de incorporação e
shopping-centers para o mercado de luxo. Instalado na cidade de São
Roque, a 75 quilômetros de São Paulo, faz parte de um grande complexo
imobiliário que inclui condomínios, torres de escritório e hotel de
luxo, além de um centro de compras. Batizado de Aeroporto Catarina, o
terminal impressiona pelos números superlativos. O custo está estimado
entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões e será erguido em um terreno de
sete milhões de metros quadrados. Além disso, contará com duas pistas: a
principal com 2,5 mil metros, será 500 metros maior do que a segunda.
A do Aeroporto de Congonhas, por exemplo, possui 1.940 metros.
“Trabalhamos com o conceito de uma cidade compacta, dotada de
aeroporto”, diz Rogério Lacerda, diretor da JHSF, encarregado do
projeto. Ambição semelhante, mas ainda com poucos detalhes revelados,
possui a também paulistana Eiko Engenharia. A empresa foi contratada por
um grupo de investidores, cujo nome é mantido em sigilo, para construir
um aeródromo em Ibiúna, a 80 quilômetros da capital paulista. A
expectativa é investir R$ 500 milhões em um megaempreendimento que
contaria, a princípio, com shopping center, faculdade, torres de
apartamentos, hotel de alto padrão e até hospital.
Na mira: projeto gera desconfiança de parte da população
O local escolhido para o novo aeroporto fica às margens da rodovia
Bunjiro Nakao, que possui uma faixa simples de rolamento que mal dá
conta do tráfego atual de moradores da cidade, pequenos sitiantes e
donos de chácaras de lazer. Na semana passada, a fixação de uma placa no
quilômetro 59,5 da rodovia acirrou o debate sobre o tema, especialmente
na internet, onde existem sites contrários ao projeto. Em nota enviada à
DINHEIRO, a direção da Eiko argumenta que o gargalo rodoviário deverá
ser solucionado em breve. “Existe o compromisso do governo do Estado em
duplicar a rodovia.” De acordo com especialistas, isso pode não ser o
suficiente.
Luxo só: José Auriemo, da JHSF, aposta no conceito de cidade
integrada a um aeroporto, de olho nos endinheirados
“Para chegar à região central de São Paulo com eficiência e rapidez,
somente de helicóptero”, afirma Jorge Leal Medeiros, professor de
transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (Poli-USP). Não por acaso, a facilidade de acesso vem sendo um
dos argumentos de “venda” do Aeródromo do Rodoanel, projeto capitaneado
pelos empresários André Skaf, filho do presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
e Fernando Botelho Filho. “Dispomos do último bom terreno em São Paulo
capaz de absorver um empreendimento desse porte”, diz Skaf. Ele não
revela, por enquanto, a localização exata. Diz apenas que o aeródromo
será erguido próximo ao trecho sul do Rodoanel Metropolitano de São
Paulo.
“O acesso aos centros econômico-financeiros da capital será nosso
principal trunfo.” Do ponto de vista da sustentabilidade empresarial, os
especialistas acreditam que três aeroportos no entorno de São Paulo
podem ser viáveis. “Ninguém entra em um negócio desse porte para colocar
recursos a fundo perdido”, afirma Medeiros. Além disso, o crescimento
da demanda local vem sendo puxado, principalmente, pela chamada aviação
executiva. “Cada vez mais, os empresários e gestores de grandes empresas
querem administrar seu tempo com eficiência”, afirma Skaf, do Aeródromo
do Rodoanel. “Para eles, perder tempo significa, na prática, perder
dinheiro.”
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Fonte: Rosenildo Gomes Ferreira (IstoÉ Dinheiro)
O mais engraçado nisto tudo é que, quando se fala em terminais aeroportuários privados que encontram-se em construção pelo país, nem uma única linha sobre a aventura da Penido Construtora, com o fantástico Centro Empresarial Aeroespacial de Caçapava! Porque será, heim?
2 comentários:
Estranho..passei lá no CEA ontem e tinha máquina trabalhando.
Fala ai...O que me diz da notícia de hoje...Você é o único alienado que não acredita no que vê...kkkk
http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/centro-aeroespacial-abre-venda-de-lotes-em-cacapava-1.327618
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