Gravataí - Local: a recém-fundada vila São Geraldo, então localizada no Distrito Barnabé, em Gravataí. Data: 2 de novembro de 1942. Era início de tarde quando um planador, com problemas técnicos, pousou em um terreno onde hoje está instalado o Parque de Eventos do Município.
Em terra, o piloto do avião, Lili de Souza Pinto, procurou por um telefone. Encontrou no Centro da cidade. Conseguiu contatar um amigo, o comandante Érico de Assis Brasil, que se preparava para pilotar um monomotor, em uma aula para um jovem aprendiz.
O experiente piloto chegou rápido a Gravataí e logo avistou o avião do amigo na área indicada. Levava o aprendiz junto. Ele sobrevoou o terreno e, ao tentar aterrissar a aeronave, acabou sendo surpreendido por um cabo de alta tensão. O pequeno avião se chocou contra o cabo e caiu descontrolado sobre uma carreta.
Moradores da região que observavam a manobra correram para tentar resgatar os tripulantes. O piloto, contudo, já estava morto. Ele havia sido eletrocutado no momento do choque. O jovem que o acompanhava, chamado Ronie Moraes de Azevedo, conseguiu sobreviver apenas com queimaduras nas mãos.
Quem conta esta história, que chocou a população de Gravataí e do Estado na época, é dona Zilda Fonseca Pacheco, 92 anos. Lúcida, ela relembra detalhes de um desastre aéreo que repercutiu por décadas no município.
“Eu morava há alguns quilômetros de distância, mas muitos anos depois ainda se contavam histórias e “causos” a respeito daquele acidente. Gravataí na época era formada por pequenos distritos. Todos rurais. Hoje pode parecer normal, mas não existiam nem carros por aqui. Imagine um acidente de avião?”, questiona.
Um assunto que foi discutido por muitas décadas
Por décadas o acidente aéreo na vila São Geraldo foi um assunto comentado na casa de dona Zilda. Era praticamente um assunto de família. Apesar da grande curiosidade que o caso despertava, foi somente no início dos anos 1990 que as irmãs Laura e Ivete decidiram procurar por mais informações sobre o desastre.
Elas reuniram informações, fotos e relatos diversos coletados no Museu de Porto Alegre e no já extinto Museu da Varig, empresa onde o comandante trabalhava. O objetivo é montar uma espécie de memória do acidente.
“Só faltou irmos até o cemitério onde ele foi enterrado em Porto Alegre para vermos se o túmulo ainda permanece lá. Mas o restante da história a gente resgatou”, afirma Laura. Ivete assina embaixo. “Estamos em contato com o Museu Municipal. A gente queria firmar uma parceria de forma a não deixar esta história se perder. Acho que é importante até para as futuras gerações”, ressalta.
Mesmo com o trabalho de pesquisa, as duas lembram que nenhum resgate seria realizado não fossem os dados fornecidos pela mãe, cuja memória definem como extraordinária. “Diversos dados comprovados em nossa pesquisa já tinham sido passados com precisão por ela. A gente trouxe essas memórias de volta, mas foi nossa mãe que as manteve vivas por tanto tempo”, finaliza Laura.
Turismo no local do acidente
Dona Zilda diz que a repercussão do caso, em parte graças ao boca a boca da população da cidade, fez com que Gravataí se tornasse ponto turístico para milhares de curiosos. “Vinha gente de toda a parte visitar o local do acidente. Aqui mesmo em Gravataí a tragédia era tratada com grande curiosidade”, conta. O monomotor caiu nas terras de Irineu Pacheco. Neta do fazendeiro e filha de Zilda, Laura Recchia Eltz, 65 anos, ouviu muito as histórias sobre o desastre em sua mocidade e foi nutrindo junto com a irmã, Ivete Pacheco Flach, 66 anos, uma grande curiosidade sobre a tragédia. “As reuniões de final de semana sempre resultavam em alguma história sobre o acidente. O pessoal mais antigo adorava lembrar”, conta.
O impacto da morte do aviador
A morte do comandante Érico de Assis Brasil ganhou destaque na imprensa na época e causou impacto inclusive entre integrantes do governo do Estado do período. A notícia foi capa da Folha da Tarde, um dos principais jornais da capital, do dia 3 de novembro de 1942. Em nota, a Empresa de Viação Aérea Riograndense (Varig) e a Varig Aéreo Esporte (VAE) lamentavam o falecimento do experiente piloto no acidente ocorrido em Gravataí. No dia seguinte, no dia 4 de novembro, o jornal Folha da Tarde voltou a publicar uma nota sobre a morte do comandante, destacando seu funeral, que deveria ser acompanhado por aproximadamente mil pessoas.
Em terra, o piloto do avião, Lili de Souza Pinto, procurou por um telefone. Encontrou no Centro da cidade. Conseguiu contatar um amigo, o comandante Érico de Assis Brasil, que se preparava para pilotar um monomotor, em uma aula para um jovem aprendiz.
O experiente piloto chegou rápido a Gravataí e logo avistou o avião do amigo na área indicada. Levava o aprendiz junto. Ele sobrevoou o terreno e, ao tentar aterrissar a aeronave, acabou sendo surpreendido por um cabo de alta tensão. O pequeno avião se chocou contra o cabo e caiu descontrolado sobre uma carreta.
Moradores da região que observavam a manobra correram para tentar resgatar os tripulantes. O piloto, contudo, já estava morto. Ele havia sido eletrocutado no momento do choque. O jovem que o acompanhava, chamado Ronie Moraes de Azevedo, conseguiu sobreviver apenas com queimaduras nas mãos.
Quem conta esta história, que chocou a população de Gravataí e do Estado na época, é dona Zilda Fonseca Pacheco, 92 anos. Lúcida, ela relembra detalhes de um desastre aéreo que repercutiu por décadas no município.
“Eu morava há alguns quilômetros de distância, mas muitos anos depois ainda se contavam histórias e “causos” a respeito daquele acidente. Gravataí na época era formada por pequenos distritos. Todos rurais. Hoje pode parecer normal, mas não existiam nem carros por aqui. Imagine um acidente de avião?”, questiona.
Um assunto que foi discutido por muitas décadas
Por décadas o acidente aéreo na vila São Geraldo foi um assunto comentado na casa de dona Zilda. Era praticamente um assunto de família. Apesar da grande curiosidade que o caso despertava, foi somente no início dos anos 1990 que as irmãs Laura e Ivete decidiram procurar por mais informações sobre o desastre.
Elas reuniram informações, fotos e relatos diversos coletados no Museu de Porto Alegre e no já extinto Museu da Varig, empresa onde o comandante trabalhava. O objetivo é montar uma espécie de memória do acidente.
“Só faltou irmos até o cemitério onde ele foi enterrado em Porto Alegre para vermos se o túmulo ainda permanece lá. Mas o restante da história a gente resgatou”, afirma Laura. Ivete assina embaixo. “Estamos em contato com o Museu Municipal. A gente queria firmar uma parceria de forma a não deixar esta história se perder. Acho que é importante até para as futuras gerações”, ressalta.
Mesmo com o trabalho de pesquisa, as duas lembram que nenhum resgate seria realizado não fossem os dados fornecidos pela mãe, cuja memória definem como extraordinária. “Diversos dados comprovados em nossa pesquisa já tinham sido passados com precisão por ela. A gente trouxe essas memórias de volta, mas foi nossa mãe que as manteve vivas por tanto tempo”, finaliza Laura.
Turismo no local do acidente
Dona Zilda diz que a repercussão do caso, em parte graças ao boca a boca da população da cidade, fez com que Gravataí se tornasse ponto turístico para milhares de curiosos. “Vinha gente de toda a parte visitar o local do acidente. Aqui mesmo em Gravataí a tragédia era tratada com grande curiosidade”, conta. O monomotor caiu nas terras de Irineu Pacheco. Neta do fazendeiro e filha de Zilda, Laura Recchia Eltz, 65 anos, ouviu muito as histórias sobre o desastre em sua mocidade e foi nutrindo junto com a irmã, Ivete Pacheco Flach, 66 anos, uma grande curiosidade sobre a tragédia. “As reuniões de final de semana sempre resultavam em alguma história sobre o acidente. O pessoal mais antigo adorava lembrar”, conta.
O impacto da morte do aviador
A morte do comandante Érico de Assis Brasil ganhou destaque na imprensa na época e causou impacto inclusive entre integrantes do governo do Estado do período. A notícia foi capa da Folha da Tarde, um dos principais jornais da capital, do dia 3 de novembro de 1942. Em nota, a Empresa de Viação Aérea Riograndense (Varig) e a Varig Aéreo Esporte (VAE) lamentavam o falecimento do experiente piloto no acidente ocorrido em Gravataí. No dia seguinte, no dia 4 de novembro, o jornal Folha da Tarde voltou a publicar uma nota sobre a morte do comandante, destacando seu funeral, que deveria ser acompanhado por aproximadamente mil pessoas.
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