SINAL DOS TEMPOS !!! *

Vivemos anos recentes diferentes, pois o Brasil alternou seu poder passando do governo militar para um de ‘direita’ e agora vivemos um de ‘esquerda’, representado pelo PT.

Porém, já há muito tempo não vemos modificações substanciais para o bem de todos, e para que elas se manifestem, há necessidade de mudanças estruturais, principalmente no que tange à proteção à família e bons costumes, pois nela se calca a sociedade.

Para mudar, a família precisa voltar a ser o centro das atenções de todos, sociedade e governos, estar no palco principal e não secundário.

Isto, pois com o advento do Código Civil, as questões mais correntes na advocacia e imprensa são quanto as alterações dos regimes de casamento e exoneração da obrigação de prestar alimentos aos filhos, pois como se vê embora ainda falte alguns meses para que isto seja possível, aquele que paga já quer estar preparado para que no momento em que isto for possível, de imediato se ajuíze o pedido.

Cabe aqui então perguntar: “Será que o alimentante, – aquele que paga a pensão – o faz somente por uma obrigação legal, esquecendo-se da obrigação moral ? do cuidado que deve aos filhos, que não é temporário mas perene ?

Isto traz à evidência que o hoje, o trato da questão familiar e a relação pai-filho não vão bem, decorrendo daí os males que a sociedade vivencia. E se a família não vai bem, sua comunidade e seu país também não podem ir bem.

Ainda há tempo, de “repensar a família”, pois não é crível e nem aceitável que o direito legal sobrepuje o natural em relação aos filhos.

Esta corrida à justiça e o forte e intermitente enfoque da mídia ao “direito de não pagar”, é sinal de que o respeito devido entre pais e filhos, por ser legal, está vencendo o direito natural o que, por certo, é muito grave.

Disse o filósofo Rosseau, nos anos de 1700, a célebre frase da ternura que os pais e filhos se devem reciprocamente quando traz que: “Não se pode deixar de falar da ternura dos pais pelos filhos e dos perigos que enfrentam para garanti-los; não podendo deixar de observar a repugnância que têm os animais em pisar num ser vivo. Um animal não passa sem inquietação ao lado de um animal morto de sua espécie, e os mugidos tristes de um gado entrando no matadouro exprimem a impressão que tem do horrível espetáculo que o impressiona e espera”.

Não se pode, desta forma, deixar que os sentimentos dos animais sejam mais fortes e racionais que os nossos, se não se entender, na opinião do filósofo, “Que a natureza ao dar ao homem as lágrimas, reconheceu nele que é o único dotado de coração muito terno”, é porquê as coisas estão fora do eixo, o que não se pode admitir.

Pois, se se tiver em mente somente o direito de se exonerar da obrigação de alimentos, sem se considerar a necessidade do filho, mesmo que maior, é porque a família vai mal e muita coisa precisa, com urgência, ser revista.

Se não se pensar e agir assim seremos os últimos com direito de reclamar da violência que hoje a todos aflige.

* Excepcionalmente este texto foi publicado no jornal Correio do Vale desta semana!

Brasilino Alves de Oliveira Neto é acadêmico da ACL e articulista do Taiadablog!