Estudo realizado pela Universidade de Taubaté (Unitau) aponta que 90% do queijo minas frescal produzido artesanalmente na região do Vale do Paraíba apresentam contaminação.
O levantamento, produzido pelo aluno Thiago de Sousa Silva, do curso de Engenharia de Alimentos, abrange o período de agosto do ano passado a fevereiro de 2009 e analisou amostras de queijos produzidos nas cidades de Cunha, Lorena, Natividade da Serra, Redenção da Serra, São Luiz do Paraitinga e Taubaté, encontradas em 20 estabelecimentos comerciais.
Segundo informações da Unitau, as amostras foram analisadas pelo Laboratório de Microbiologia da instituição e estavam fora do padrão de qualidade exigido pela legislação sanitária. Os principais problemas apresentados foram ausência de infraestrutura adequada, falta de condições básicas de higiene, presença de animais próximos ao local de produção e ausência de registros.
Além disso, nenhuma empresa apresentou selo de inspeção de qualquer natureza. A legislação vigente determina que os queijos devem ser confeccionados com leite pasteurizado integral ou padronizado, coagulados por meio de enzima do coalho.
O processo permite o uso de fermento lácteo, sal e outras substâncias. Na pesquisa, foi constatado que diversos produtores utilizam o leite não pasteurizado como principal matéria-prima para a fabricação do produto.
Quando submetido a temperaturas inadequadas, o leite sem pasteurização facilita a permanência de micro-organismos. Nas amostras foi encontrada uma grande diversidade de bactérias, o que, na avaliação dos pesquisadores, “sugere exposição direta ou indireta do queijo, durante o processo de produção, à matéria de origem fecal”.
Ainda de acordo com o levantamento, outros fatores interferem na qualidade do queijo, entre eles as condições sanitárias dos rebanhos, higiênico-sanitárias de fabricação, o tempo e a temperatura de estocagem, o transporte e a comercialização do produto final. Segundo a orientadora da pesquisa, professora doutora Mariko Ueno, o elevado índice de contaminação dos queijos produzidos na região caracteriza riscos à população, como o de doenças gastrointestinais.
A pesquisa é um dos 560 trabalhos que estão sendo apresentados no 14º Encontro de Iniciação Científica (Enic) e na 10ª Mostra de Pós-Graduação da Unitau, que acontecem até o próximo dia 9, no Departamento de Ciências Jurídicas.
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