Visto de longe, o Rio parece uma cidade excitante como um bom filme, do tipo que prende a atenção do expectador. Vive um entre o suspense e o thriller. Os dois enredos giram ao redor do insolúvel.
Na fase do suspense, a platéia se pergunta: Quando começa o caos? Na etapa do thriller, a interrogação é outra: Chegamos ao caos?
Desde que foi escolhido como sede das Olimpíadas de 2016, o Rio foi tomado de assalto por um desejo insano. A cidade decidiu matar sua velha curiosidade. Quer conhecer o caos. Quer saber como ele é, onde se esconde, do que se alimenta...
Resultado de décadas de erros, o caos do Rio vinha se manifestando em conta-gotas. Súbito, o caos corre o mundo em versão concentrada.
A turba encolerizada ateando fogo em trens urbanos. A bandidagem do Morro do São João invadindo o território dos rivais do Morro dos Macacos...
O abate do helicóptero da PM. O desrespeito à trinca de cadáveres inocentes vendida como parte da banda podre...
O assassinato do coordenador do Afroreggae. As imagens de policiais comportando-se como meliantes...
A despeito do esforço, o Rio ainda não sabe se encontrou o caos. Mas, a julgar pelo balanço da semana, ele não deve estar muito longe: produziram-se pelo menos 40 cadáveres. Entre eles três PMs e meia dúzia de brasileiros de bem.
O caos dá ao Rio uma aura de urgência. A cidade treme. Parece se mover. Mas não sai do lugar.
O caos do Rio abre espaço para os bandidos no departamento de figurantes do mal da Globo.
O caos do Rio dá existência midiática a personagens como Fabiano Atanásio da Silva, o FB, comandante da invasão ao Morro dos Macacos.
O caos do Rio serve ao marketing de Lula. Permite ao governo federal passar a impressão de que faz muito pela cidade, enchendo-a de verbas.
O caos do Rio cava espaço nos jornais para as fotos de Sérgio Cabral. Cenho grave, o governador posa sua preocupação. Uma imagem que ajuda na reeleição.
O caos do Rio socorre os jornalistas. Dá-lhes assunto. Oferece-lhes a oportunidade de recolher do apocalipse um novo furo por dia.
O caos do Rio serve para que os decotes e os paletós das festas da Zona Sul apontem os culpados. Todos são culpados, exceto os frequentadores da roda.
O caos do Rio só não serve à galera do Comando Vermelho. A atmosfera de violência, a vitrine planetária, o beco-sem-saída, tudo isso atrapalha os negócios.
Melhor suspender o thriller. Mais conveniente devolver a cidade ao ritmo do suspense.
Na fase do suspense, a platéia se pergunta: Quando começa o caos? Na etapa do thriller, a interrogação é outra: Chegamos ao caos?
Desde que foi escolhido como sede das Olimpíadas de 2016, o Rio foi tomado de assalto por um desejo insano. A cidade decidiu matar sua velha curiosidade. Quer conhecer o caos. Quer saber como ele é, onde se esconde, do que se alimenta...
Resultado de décadas de erros, o caos do Rio vinha se manifestando em conta-gotas. Súbito, o caos corre o mundo em versão concentrada.
A turba encolerizada ateando fogo em trens urbanos. A bandidagem do Morro do São João invadindo o território dos rivais do Morro dos Macacos...
O abate do helicóptero da PM. O desrespeito à trinca de cadáveres inocentes vendida como parte da banda podre...
O assassinato do coordenador do Afroreggae. As imagens de policiais comportando-se como meliantes...
A despeito do esforço, o Rio ainda não sabe se encontrou o caos. Mas, a julgar pelo balanço da semana, ele não deve estar muito longe: produziram-se pelo menos 40 cadáveres. Entre eles três PMs e meia dúzia de brasileiros de bem.
O caos dá ao Rio uma aura de urgência. A cidade treme. Parece se mover. Mas não sai do lugar.
O caos do Rio abre espaço para os bandidos no departamento de figurantes do mal da Globo.
O caos do Rio dá existência midiática a personagens como Fabiano Atanásio da Silva, o FB, comandante da invasão ao Morro dos Macacos.
O caos do Rio serve ao marketing de Lula. Permite ao governo federal passar a impressão de que faz muito pela cidade, enchendo-a de verbas.
O caos do Rio cava espaço nos jornais para as fotos de Sérgio Cabral. Cenho grave, o governador posa sua preocupação. Uma imagem que ajuda na reeleição.
O caos do Rio socorre os jornalistas. Dá-lhes assunto. Oferece-lhes a oportunidade de recolher do apocalipse um novo furo por dia.
O caos do Rio serve para que os decotes e os paletós das festas da Zona Sul apontem os culpados. Todos são culpados, exceto os frequentadores da roda.
O caos do Rio só não serve à galera do Comando Vermelho. A atmosfera de violência, a vitrine planetária, o beco-sem-saída, tudo isso atrapalha os negócios.
Melhor suspender o thriller. Mais conveniente devolver a cidade ao ritmo do suspense.
Em meio à esculhambação generalizada, só o crime, por organizado, pode salvar o Rio do caos.
Fonte: j. de souza
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