Os índios guarani-kaiowá podem comemorar: o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, deverá dar ganho de causa a eles, na disputa de terras com fazendeiros, na fronteira com o Paraguai, e determinar que a população não-indígena abandone a região.
A informação, de alta fonte do STF, também prevê para esta terça-feira (4) o anúncio da decisão de Joaquim Barbosa. Os índios ocupam uma área de reserva nativa da fazenda Cambará, em Iguatemi, a 466 km de Campo Grande. Eles foram para a propriedade rural em novembro do ano passado, três meses depois de terem o acampamento onde moravam destruído em um ataque em 23 de agosto do ano passado.
A situação de três comunidades guarani-kaiowá, visitadas dias atrás por uma comissão do Ministério Público Federal, foi considerada "alarmante" pela subprocuradora-geral Gilda Pereira. Há denúncias de violações aos direitos dos indíos guaranis-kaiowás nas aldeias Arroio Korá e Ypo'i, em Paranhos, e Pyelito Kue, em Iguatemi, no Mato Grosso do Sul. A etnia é a segunda maior do país, com cerca de 43 mil pessoas, dos quais 32 mil vivem no Estado, segundo o IBGE.
Um juiz federal chegou a decidir que os índios deveriam deixar o local, mas a decisão foi cassada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP e MS), em decisão que deverá ser ratificada pelo presidente do STF. Dias atrás, o ministro Joaquim Barbosa recebeu uma comissão liderada pelo governador André Puccinelli (PMDB), cujos argumentos em favor dos fazendeiros não o convenceram, segundo a fonte do STF.
Dezenove pessoas foram denunciadas pela morte do cacique Nísio Gomes. Entre os réus estão fazendeiros, advogados e um secretário municipal, além do dono e funcionários de uma empresa de segurança privada. Sete deles continuam presos.
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