Texto reproduzido de "Síntese Histórica de Caçapava" do Professor e Historiador José Damas Nogueira!
"Foi em 1883 que aconteceu a revelação da existência no subsolo de nossas terras da Bacia do Bonfim de alguns veios carboníferos, ocasionando enormes expectativas pelo aumento de fontes de nossa riqueza. Mas foi só por volta de 1915/20 que no Bairro do Bonfim, exatamente em terras da Fazenda do Bonfim, de propriedade dos herdeiros do Cel. António Moreira de Alcântara, que existiu um início da nossa "Mina de Carvão", que começou com a extração do carvão mineral na vasta extensão de terra preta àíí existente.
A demora da prospecção se deveu à necessidade de se ter certeza sobre a rentabilidade da produção, em quantidade, qualidade e retorno monetário certo, além da necessidade da contratação de máquinas e pessoal especializado.
Em 1915, a Companhia Norte Paulista de Combustíveis iniciou as tarefas exploratórias de produção do carvão mineral, importantíssimo no abastecimento do mercado consumidor. Em resumo, diremos que a produção cresceu bem e transportada em carros de boi, carroças e, mais tarde, em caminhões, o carvão extraído deu trabalho a centenas de caçapavenses, durante muitos anos.
Em fins de 1916 foi solicitada às autoridades federais a construção de um ramal ferroviário ligando diretamente a mina à E.F.C, do Brasil, que se concluiu em 1918, tendo sido mestre de linha, por algum tempo, o Sr. Manoel Miranda Barreto.
Desde 1917 já se produziam mais de 300 toneladas mensais de carvão transportadas para São Paulo e Rio de Janeiro e pelo ramal ferroviário muito carvão foi rapidamente trazido da mina, com os vagões conduzidos por uma poderosa "máquina-trator", comprada em Diamantina - MG.
E a produção se firmou, por anos seguidos, só declinando por volta de 1930/35, mas em virtude da 2- Guerra Mundial, a partir de 1938/40 tudo voltou à plena força produtiva, então sob controle de uma nova firma - a Companhia Carbonífera de Caçapava.
Agora era produzido o "coque" com a maquinaria comprada para a prensagem do produto, onde o carvão era antes processado em alta temperatura, moído e lubrificado com óleo adquirido nos Estados Unidos, ficando em seu formato ovalado, cor cinza escuro, com pontos brilhantes, prensado em duas partes.
Durante a 2- Guerra Mundial não havia mais o ramal férreo e o transporte do coque era feito por dezenas de caminhões, funcionando dia e noite, produzindo transporte de mais de 4.000 toneladas mensais, depositadas em enormes caixões de madeira, ao iaac da estrada de ferro (de frente para as fábricas de Ténis e de Papelão).
A mina diminuiu muito sua produção após o fim da guerra e, em definitivo, encerrou suas atividades em 1946/48.
Mas, sabe-se que suas reservas carboníferas ultrapassam um milhão de toneladas, que talvez algum dia sejam necessárias..."
Uma história bastante interessante, não acham? Mas tem continuação...
Por volta do final da década de 1960, repentinamente, ocorreu uma grande corrida de pessoas e estudiosos, por conta de história (realidade ou lenda?) dando conta que a região da mina de carvão, estava recebendo repetidas visitas de Objetos Voadores Não Identificados - OVNIs, interessados no mineral ali depositado!
Por meses a fio, a região ficou lotada de veículos e pessoas munidas de câmeras fotográficas, filmadoras, além de várias equipes de estudiosos do assunto que, no entanto, nada acrescentaram a este gigantesco universo de informações!
A região foi inteiramente abandonada, logo após este acontecimento, vindo a ser comprada por família paulista de nosso relacionamento pessoal, que a revendeu para investidores por volta de 1996!
2 comentários:
Me lembro. A linha saía das redondezas da Mafersa, passava no hoje, Nova Caçapava, e ia até a mina.Procurando, acredito que ainda se acham alguns trilhos no percurso.
(Comentário originalmente linkado em outro post!)
Minha mãe nasceu na Mina de Carvão, era filha do administrador Avelino Pereira. Se alguém tiver fotos ou informaçoes sobre os moradores da Mina por favor poste para que eu possa mostrar a ela!! Obrigada
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