A Batalha de Monte Castelo foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do Exército Alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945,
durante os quais se efetuaram seis ataques, com grande número de baixas
devido a vários fatores, entre os quais as temperaturas extremamente
baixas. Quatro dos ataques não tiveram êxito, por falhas de estratégia.
Em novembro de 1944,
a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE) desviou-se da frente de
batalha do rio Serchio, onde vinha combatendo há pelo menos dois meses,
para a frente do rio Reno nos montes Apeninos. O general Mascarenhas de Moraes, havia montado seu quartel-general avançado na localidade de Porreta-Terme, cuja área era cercada por montanhas sob controle dos alemães, este perímetro tinha um raio aproximado de 15 quilômetros.
As posições alemãs eram consideradas privilegiadas e submetiam os
brasileiros a uma vigilância constante, dificultando qualquer
movimentação. Estimativas davam que o inverno prometia ser rigoroso,
além do frio intenso, as chuvas transformaram as estradas, já esburacas
pelos bombardeiros aliados, em lamaçais.
O general Mark Clark, comandante das Forças Aliadas na Itália, pretendia direcionar sua marcha com o 4º Corpo de Exército rumo a Bolonha,
antes que as primeiras nevascas começassem a cair. Entretanto, a
posição do monte Castelo se mostrava extremamente importante do ponto de
vista estratégico, além de dominado pelos alemães dava pleno controle
sobre a região.
A frente italiana estava sob a responsabilidade do Grupo de Exércitos C, sob o comando do generaloberst Heinrich von Vietinghoff. A ele estavam subordinados três exércitos alemães: 10º, 14º
e "Exército da Ligúria", este último defendendo a fronteira com a
França. O 14º era composto pelo 14º Corpo Panzer e pelo 51º Corpo de
Montanha. Dentro do 51º Corpo estava a 232ª Divisão de Granadeiros
(Infantaria), do general Eccard Freiherr von Gablenz, um veterano de Stalingrado.
A 232ª foi ativada a 22 de junho de 1944, e era formada por veteranos
convalescentes que foram feridos na frente russa e era classificada
como "Divisão Estática". Era composta por três regimentos de infantaria
(1043º, 1044º e 1045º), cada um com apenas dois batalhões, mais um
batalhão de fuzileiros (batalhão de reconhecimento) e um regimento de
artilharia com 4 grupos, além de unidades menores. Esta formação
totalizava cerca de 9.000 homens. A idade da tropa variava entre 17 e 40
anos e os soldados mais jovens e aptos foram concentrados no batalhão
de fuzileiros. Durante a batalha final, ela foi reforçada pelo 4º
Batalhão de Montanha (Mittenwald), que foi mantido em reserva. Os
veteranos que defendiam essa posição não tinham o mesmo entusiasmo do
início da guerra, mas ainda estavam dispostos a cumprir com o seu dever.
O ataque
Caberia, então, aos brasileiros a responsabilidade de conquistar o setor mais combativo de toda a frente Apenina.
Porém havia um problema: a 1ª DIE era uma tropa ainda sem experiência
suficiente para encarar um combate daquela magnitude. Mas como o
objetivo de Clark era conquistar Bolonha antes do Natal, o jeito seria o de aprender na prática, ou seja, em combate.
Assim sendo, em 24 de novembro, o Esquadrão de Reconhecimento e o 3º
Batalhão do 6º Regimento de Infantaria da 1ª DIE juntaram-se à
Força-Tarefa 45 dos Estados Unidos para a primeira investida ao monte
Castelo.
No segundo dia de ataques tudo indicava que a operação seria exitosa:
soldados americanos chegaram até a alcançar o cume do monte Castelo,
depois de conquistarem o vizinho monte Belvedere.
Entretanto, em uma contra-ofensiva poderosa, os homens da 232ª
Divisão de Infantaria germânica, responsável pela defesa de Castelo e do
monte Della Torracia,
recuperaram as posições perdidas, obrigando os soldados brasileiros e
americanos a abandonar as posições já conquistadas - com exceção do
monte Belvedere.
Em 29 de novembro, planejou-se o 2º ataque ao monte. Nesta
contra-ofensiva a formação de ataque seria quase em sua totalidade obra
da 1ª DIE - com três batalhões - contando apenas com o suporte de três
pelotões de tanques americanos. Todavia, um fato imprevisto ocorrido na
véspera da investida comprometeria os planos: na noite do dia 28, os
alemães haviam efetuado em contra-ataque contra o monte Belvedere,
tomando a posição dos americanos e deixando descoberto o flanco esquerdo
do aliados.
Inicialmente a DIE pensou em adiar o ataque, porém as tropas já
haviam ocupado suas posições e deste modo a estratégia foi mantida. Às 7
horas uma nova tentativa foi efetuada.
As condições do tempo mostravam-se extremamente severas: chuva e céu
encoberto impediam o apoio da força aérea e a lama praticamente
inviabilizava a participação de tanques. O grupamento do general Zenóbio da Costa
no início conseguiu um bom avanço, mas o contra-ataque alemão foi
violento. Os soldados alemães dos 1.043º, 1.044º e 1.045º regimentos de
infantaria barraram os avanços dos soldados. No fim da tarde, os dois
batalhões brasileiros voltaram à estaca zero.
Em 5 de dezembro, o general Mascarenhas recebe uma ordem do 4º Corpo de que "caberia à DIE capturar e manter o cume do Monte Della Torracia - Monte Belvedere."
Ou seja, depois de duas tentativas frustradas, Monte Castelo ainda era o
objetivo principal da próxima ofensiva brasileira, a qual havia sido
adiada por uma semana.
Mas em 12 de dezembro de 1944, a operação foi efetivada, data que
seria lembrada pela FEB como uma das mais violentas enfrentadas pela
tropas brasileiras no teatro de operações na Itália.
Com as mesmas condições meteorológicas da investida anterior, o 2º e o
3º batalhões do 1º Regimento de Infantaria fizeram, inicialmente,
milagres. Houve inicialmente algumas posições conquistadas, mas o pesado
fogo da artilharia alemã fazia suas baixas. Mais uma vez a tentativa de
conquista se mostrou infrutífera e, o pior, causando 150 baixas, sendo
que 20 soldados brasileiros haviam sido mortos.
A lição serviu para reforçar a convicção de Mascarenhas de que o
monte Castelo só seria tomado dos alemães se toda a divisão fosse
empregada no ataque - e não apenas alguns batalhões, como vinha
ordenando o 5º Exército.
Somente em 19 de fevereiro de 1945, após a melhora do inverno o
comando do 5º Exército determinou o início de uma nova ofensiva para a
conquista do monte. Tal ofensiva utilizaria as tropas aliadas, incluindo
a 1ª DIE, ofensiva que levaria as tropas para o vale do Pó, até a fronteira com a França.
O ataque final
Novamente a ofensiva batizada de Encore, ou Bis, utilizaria a
formação brasileira para a conquista do monte e a consequente expulsão
dos alemães. Desta vez a tática utilizada, seria a mesma idealizada por
Mascarenhas de Moraes em 19 de novembro. Assim, em 20 de fevereiro, as
tropas da Força Expedicionária Brasileira apresentaram-se em posição de
combate, com seus três regimentos prontos para partir rumo ao monte
Castelo.
À esquerda do grupamento brasileiro, avançaria a 10ª Divisão de
Montanha dos Estados Unidos, tropa de elite, que tinha como
responsabilidade tomar o monte della Torracia e garantir, dessa forma, a
proteção do flanco mais vulnerável do setor.
O ataque começou às 6 horas da manhã, o Batalhão Uzeda seguiu pela
direita, o Batalhão Franklin na direção frontal ao monte e o Batalhão
Sizeno Sarmento aguardava, nas posições privilegiadas que alcançara
durante a noite, o momento de juntar-se aos outros dois batalhões.
Conforme descrito no plano Encore, os brasileiros deveriam chegar ao
topo do monte Castelo às 18 horas, no máximo - uma hora depois do monte
della Torracia ser conquistado pela 10ª Divisão de Montanha, evento
programado para as 17 horas. O 4º Corpo estava certo de que o Castelo
não seria tomado antes que o della Torracia também o fosse.
Entretanto, às 17h30, quando os primeiros soldados do Batalhão
Franklin do 1º Regimento conquistaram o cume do monte Castelo, os
americanos ainda não haviam vencido a resistência alemã. Só o fariam
noite adentro, quando os praças há muito já haviam completado sua
missão, e começavam a tomar posição nas trincheiras e casamatas
recém-conquistadas.
Grande parte do sucesso da ofensiva foi creditada à Artilharia Divisionária, comandada pelo general Cordeiro de Farias,
que entre 16h e 17h do dia 22, efetuou um fogo de barragem perfeito
contra o cume do monte Castelo, permitindo a movimentação das tropas
brasileiras.
Rendemos aqui portanto, nossas homenagens à estes heróis, dentro os quais incluo meu pai, à época 1º Sargento Franklin Queiroz, que arriscaram a própria vida, em defesa da liberdade do mundo!
2 comentários:
SALVE OS HERÓIS DA 2ª GUERRA MUNDIAL.....CUMPRIRAM SUAS MISSÕES COM MUITA DEDICAÇÃO E BRAVURA.....GRANDES HERÓIS!!!
Brasil de heróis padrão BBB do Bial,
Brasil dos heróis do Mensalão,
Brasil dos heróis do crime organizado,
Brasil dos heróis do Congresso Nacional, Renan e Alves & Cia. Ltda.,
Brasil de heróis admiradores dos irmãos Fidel e Raul Castro, Che Guevara e Chávez,
Brasil dos heróis da mídia mercenária.
Brasil que tantos e Verdadeiros Heróis lutaram por Independência e Liberdade, mas paulatina e intencionalmente desrespeitados e esquecidos,
Brasil, ressuscite seus antigos e Verdadeiros Heróis, acorde sua nova geração de Heróis e antes que seja tarde demais!
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