Em meados de 1980, em plena crise social, política e econômica, começaram a aparecer os primeiros dekasseguis no Japão, fugidos do Brasil com a intenção de alcançar rápidamente a prosperidade, o que dificilmente conseguiriam na terra natal!
Aos nipônicos interessava esta mão de obra farta e barata, que se sujeitava aos piores trabalhos imaginágeis, cujas tarefas, dados à características únicas (sujas, perigosas, insalubres, além de mal remuneradas) inibiam aos japoneses de origem, de aceitá-las, cabendo tais tarefas, principalmente ao imigrante brasileiro!
Acostumado aos baixos salários, espantou-se o imigrante brasileiro, ao começar a amealhar salários de um padrão bem mais elevado, em dólares, o que lhes permitia vislumbrar, um futuro muito melhor no Brasil e para isto, valia a pena até mesmo se alimentar apenas uma vez por dia, ou dividir um fétido e minúsculo alojamento com grande quantidade de outros brasileiros, na esperança de amealhar ainda mais dólares para seu sonho dourado!
Além de tudo, submeteu-se ainda, às relações pouco amistosas por parte da grande maioria dos nipônicos, em razão do racismo, isto mesmo, racismo é a palavra correta, que impera no Japão, em relação aos imigrantes em geral, particularmente os brasileiros.
A tudo isto se rendeu o trabalhador brasileiro, que chegou até mesmo a simular casamento com pessoa de origem nipônica, com vistas a facilitar sua entrada na terra do Sol Nascente!
Seu sonho terminou agora! Desempregado, duro, sem condições sequer de comprar a passagem de retorno ao nosso País, sem dinheiro nem mesmo para comer e vivendo da boa ação de alguns poucos, até Deus dará! E, pior ainda, que, vivendo em alojamentos pagos pelas empresa que os contratam, quando perdem o emprego, perdem também o alojamento e vão para a rua imediatamente!
É preciso que não só o imigrante, que vai para outros países com a intenção de ganhar a vida, mas todo trabalhador, independente de raça, côr ou credo, tenha em mente que só receberá seu salário se estiver conseguindo produzir aquilo que o patrão acha que lhe dará lucro, caso contrário, estará no olho na rua!
Empresa nenhuma dedica amizade ao trabalhador! Ela quer produção e, principalmente LUCRO!
Se o trabalhador lhes concede isto, tudo bem! Caso contrário, babau!
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