Taiadablog: Violência doméstica (ainda) é realidade!!!

sábado, 21 de março de 2009

Violência doméstica (ainda) é realidade!!!


Pelo menos uma em cada três mulheres no mundo é ou já foi espancada ou abusada sexualmente. As estatísticas não param por aí e mostram que, apesar de todos os avanços femininos na luta por seus direitos, ainda estamos longe do fim do patriarcalismo

“A violência contra as mulheres acontece, principalmente, na instituição sacratíssima da família”, observa a advogada e professora de Direito da USP, Eunice Aparecida de Jesus Prudente. Para ela, em pleno século 21, as agressões por motivo de gênero são fruto da crença – que persiste – de que o homem é o chefe e provedor da família e de que os demais membros não merecem sequer ser ouvidos.Eunice também observa que ainda há diferenças entre a educação dada aos meninos e às meninas. “As mulheres são vigiadas em sua educação e crescem com medo de serem livres. Elas estão sempre submetidas a alguém, primeiro ao pai ou depois ao marido, como se fossem uma criança grande que precisasse do aval do outro”.

O valor exagerado dado ao corpo feminino – em detrimento da inteligência e do conhecimento – é outro fator agravante da violência doméstica, uma vez que a mulher passa a ser entendida como um objeto que pertence ao companheiro. Quando a questão é a dependência financeira e a remuneração no mercado de trabalho, as desigualdades entre os gêneros são consideráveis. No Brasil, apesar de haver mais mulheres do que homens cursando ensino fundamental, médio e superior, elas recebem menos que 60% do salário deles pelas mesmas atividades profissionais.

A PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2007, revela que, se nada for feito, a equiparação de salários entre homens e mulheres que executam as mesmas funções só deve acontecer daqui a 87 anos. OS NÚMEROS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICAAs mulheres ainda apanham dos homens. Na contramão das diversas conquistas efetivas das mulheres, especialmente no âmbito do mercado de trabalho, e de todos os discursos de que o machismo faz parte do passado e de que há igualdade entre homens e mulheres, as estatísticas mostram que o sexo feminino continua a ser tratado com preconceito e de maneira desrespeitosa, para dizer o mínimo.

De acordo com uma pesquisa de 2000, da Comission on the Status of Women da ONU, no mundo, de cada três mulheres, pelo menos uma já foi espancada ou violentada sexualmente. O dado nos faz refletir que não são apenas as mulheres de baixa renda – financeiramente dependentes do marido ou companheiro – que sofrem violência doméstica.Em 2001, a Fundação Perseu Abramo mostrou que: - uma em cada cinco brasileiras já foi agredida por um homem e - pelo menos 6,8 milhões de mulheres, no Brasil, já foram espancadas pelo menos uma vez, sendo que, no mínimo, 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano – ou uma a cada 15 segundos!

A Pesquisa sobre Violência Doméstica Contra a Mulher, realizada pelo DataSenado, em 2007, acrescenta que: - para 35% das mulheres agredidas no Brasil, a violência doméstica começa por volta dos 19 anos; - ao menos para 28% delas, os atos de agressão se repetem e - as causas da violência doméstica normalmente estão associadas a ciúme e embriaguez do parceiro. Das mais de 20 mil denúncias feitas à Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), em julho de 2007: - 73% se referiam à violência praticada pelo marido; - 59% alegaram sofrer agressões diárias; - 70% sentem correr risco de espancamento ou morte e - 57% afirmaram que os agressores faziam uso de entorpecentes. Além de ir contra os Direitos Humanos, o Código Civil e a Constituição do país, as agressões contra as mulheres prejudicam o desenvolvimento socioeconômico.

Segundo o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, cerca de 2% do PIB são gastos com saúde, segurança, perdas materiais e mortes.Na esfera individual, as mulheres abusadas e violentadas acabam perdendo dias de trabalho e, consequentemente, correm mais risco de serem demitidas, o que gera um ciclo vicioso de dependência financeira do marido e da agressão. A POLÊMICA DA DENÚNCIA O assunto está cada vez mais presente na mídia, na luta dos movimentos sociais e na fala das pessoas em geral, mas admitir ser uma vítima de violência doméstica ainda é motivo de medo e vergonha para muitas mulheres.

Uma pesquisa do IBOPE, de 2006, revelou que 51% dos entrevistados conhecem, pelo menos, uma mulher que é ou já foi agredida pelo parceiro. As pessoas que mais se familiarizam com o assunto têm entre 25 e 29 anos (59%), têm ensino superior (59%) e moram na periferia (57%). Para um terço dos entrevistados, a violência contra as mulheres é o tema que mais preocupa as brasileiras, superando a AIDS e o câncer de útero e de mama.
Fonte: Planeta Sustentável

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