Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, a quantidade de denúncias sobre a violência contra as mulheres varia de acordo com o modo como elas acreditam que a sociedade irá reagir. A maioria que não denuncia seus agressores alega ter medo de sofrer mais violência ou acredita que sua história não será levada a sério.A versão de 2008 da pesquisa IBOPE nos leva a crer que a Lei Maria da Penha (Leia “Maria da Penha, em resumo”) pode ajudar a alterar este quadro. Entre homens e mulheres, 68% afirmaram conhecer a lei, 33% acreditam que a lei pune a violência doméstica, 21% acham que a violência pode ser evitada ou diminuída por meio deste instrumento legal e 13% sentem que a lei, de fato, tem ajudado a resolver a questão. Depois de receberem explicação sobre seu conteúdo, 83% acreditam que ela poderá diminuir a violência contra as mulheres.
No Brasil, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) funciona em todo o território nacional, 24h por dia, todos os dias, inclusive finais de semana e feriados, e possui atendentes especializadas nas questões de gênero, treinadas pelo Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo.
Ao fazer a denúncia, a mulher recebe informações sobre quais serviços especializados procurar e, também, orientações sobre como se proteger do agressor. A vítima pode se identificar ou optar por fazer a denúncia de maneira anônima.
Ao fazer a denúncia, a mulher recebe informações sobre quais serviços especializados procurar e, também, orientações sobre como se proteger do agressor. A vítima pode se identificar ou optar por fazer a denúncia de maneira anônima.
“A violência contra as mulheres acontece, principalmente, na instituição sacratíssima da família”, observa a advogada e professora de Direito da USP, Eunice Aparecida de Jesus Prudente. Para ela, em pleno século 21, as agressões por motivo de gênero são fruto da crença – que persiste – de que o homem é o chefe e provedor da família e de que os demais membros não merecem sequer ser ouvidos.Eunice também observa que ainda há diferenças entre a educação dada aos meninos e às meninas. “As mulheres são vigiadas em sua educação e crescem com medo de serem livres. Elas estão sempre submetidas a alguém, primeiro ao pai ou depois ao marido, como se fossem uma criança grande que precisasse do aval do outro”.
O valor exagerado dado ao corpo feminino – em detrimento da inteligência e do conhecimento – é outro fator agravante da violência doméstica, uma vez que a mulher passa a ser entendida como um objeto que pertence ao companheiro. Quando a questão é a dependência financeira e a remuneração no mercado de trabalho, as desigualdades entre os gêneros são consideráveis. No Brasil, apesar de haver mais mulheres do que homens cursando ensino fundamental, médio e superior, elas recebem menos que 60% do salário deles pelas mesmas atividades profissionais.
A PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2007, revela que, se nada for feito, a equiparação de salários entre homens e mulheres que executam as mesmas funções só deve acontecer daqui a 87 anos. OS NÚMEROS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICAAs mulheres ainda apanham dos homens. Na contramão das diversas conquistas efetivas das mulheres, especialmente no âmbito do mercado de trabalho, e de todos os discursos de que o machismo faz parte do passado e de que há igualdade entre homens e mulheres, as estatísticas mostram que o sexo feminino continua a ser tratado com preconceito e de maneira desrespeitosa, para dizer o mínimo.
De acordo com uma pesquisa de 2000, da Comission on the Status of Women da ONU, no mundo, de cada três mulheres, pelo menos uma já foi espancada ou violentada sexualmente. O dado nos faz refletir que não são apenas as mulheres de baixa renda – financeiramente dependentes do marido ou companheiro – que sofrem violência doméstica.Em 2001, a Fundação Perseu Abramo mostrou que: - uma em cada cinco brasileiras já foi agredida por um homem e - pelo menos 6,8 milhões de mulheres, no Brasil, já foram espancadas pelo menos uma vez, sendo que, no mínimo, 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano – ou uma a cada 15 segundos! A Pesquisa sobre Violência Doméstica Contra a Mulher, realizada pelo DataSenado, em 2007, acrescenta que: - para 35% das mulheres agredidas no Brasil, a violência doméstica começa por volta dos 19 anos; - ao menos para 28% delas, os atos de agressão se repetem e - as causas da violência doméstica normalmente estão associadas a ciúme e embriaguez do parceiro.
Das mais de 20 mil denúncias feitas à Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), em julho de 2007: - 73% se referiam à violência praticada pelo marido; - 59% alegaram sofrer agressões diárias; - 70% sentem correr risco de espancamento ou morte e - 57% afirmaram que os agressores faziam uso de entorpecentes.
Além de ir contra os Direitos Humanos, o Código Civil e a Constituição do país, as agressões contra as mulheres prejudicam o desenvolvimento socioeconômico. Segundo o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, cerca de 2% do PIB são gastos com saúde, segurança, perdas materiais e mortes.Na esfera individual, as mulheres abusadas e violentadas acabam perdendo dias de trabalho e, consequentemente, correm mais risco de serem demitidas, o que gera um ciclo vicioso de dependência financeira do marido e da agressão. A POLÊMICA DA DENÚNCIA O assunto está cada vez mais presente na mídia, na luta dos movimentos sociais e na fala das pessoas em geral, mas admitir ser uma vítima de violência doméstica ainda é motivo de medo e vergonha para muitas mulheres.
Uma pesquisa do IBOPE, de 2006, revelou que 51% dos entrevistados conhecem, pelo menos, uma mulher que é ou já foi agredida pelo parceiro. As pessoas que mais se familiarizam com o assunto têm entre 25 e 29 anos (59%), têm ensino superior (59%) e moram na periferia (57%). Para um terço dos entrevistados, a violência contra as mulheres é o tema que mais preocupa as brasileiras, superando a AIDS e o câncer de útero e de mama.Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, a quantidade de denúncias sobre a violência contra as mulheres varia de acordo com o modo como elas acreditam que a sociedade irá reagir. A maioria que não denuncia seus agressores alega ter medo de sofrer mais violência ou acredita que sua história não será levada a sério.A versão de 2008 da pesquisa IBOPE nos leva a crer que a Lei Maria da Penha (Leia “Maria da Penha, em resumo”) pode ajudar a alterar este quadro.
Entre homens e mulheres, 68% afirmaram conhecer a lei, 33% acreditam que a lei pune a violência doméstica, 21% acham que a violência pode ser evitada ou diminuída por meio deste instrumento legal e 13% sentem que a lei, de fato, tem ajudado a resolver a questão. Depois de receberem explicação sobre seu conteúdo, 83% acreditam que ela poderá diminuir a violência contra as mulheres.No Brasil, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) funciona em todo o território nacional, 24h por dia, todos os dias, inclusive finais de semana e feriados, e possui atendentes especializadas nas questões de gênero, treinadas pelo Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo. Ao fazer a denúncia, a mulher recebe informações sobre quais serviços especializados procurar e, também, orientações sobre como se proteger do agressor.
A vítima pode se identificar ou optar por fazer a denúncia de maneira anônima.
Fonte: Planeta Sustentável
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